A Ria de Aveiro abrange “um território extraordinário, com uma força espantosa refletida nas águas calmas, o território lagunar mais relevante da costa atlântica, onde a valia ambiental merece todo o cuidado e investimento”, declarou hoje o ministro do Ambiente e da Transição Energética.
José Matos Fernandes falava, esta manhã, após a inauguração do ‘Centro Interpretativo e de Acolhimento da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto’, no concelho de Aveiro, que está sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O governante destacou o investimento “pelo país fora, como não há memória”, em zonas protegidas, com intervenções na ordem dos 21 milhões de euros, vislumbrando condições para Aveiro ser a primeira área natural com gestão partilhada, um modelo a assumir no âmbito do chamado ‘pacote de descentralização’ de competências.
“A cogestão não retira competências ao ICNF, as autarquias não vão interferir no licenciamento. São competências acrescidas na perspetiva de trabalhar em conjunto e valorizar o território. Uma nova estratégia para conservação da natureza e educação ambiental”, explicou José Matos Fernandes, garantindo ainda condições para maior envolvimento de organizações não governamentais (ONG).
“Seria para nós uma alegria que o primeiro concelho de cogestão fosse Aveiro, a Reserva das Dunas de São Jacinto”, disse o ministro, apontando como vantagem “ser de autarquia única” e poder contar com o envolvimento da Universidade de Aveiro. “Existe um caldo de cultura, de saber e trabalhar em conjunto. em que todos beneficiaremos”, enfatizou.
O investimento na Reserva Natural a cargo da sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro atingiu quase um milhão de euros que renovou por completo os equipamentos colocados ao dispor do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A Reserva Natural de São Jacinto passou a contar com edifícios novos para servir o centro interpretativo, o centro de acolhimento de visitantes e estadias e um edifício expositivo.
A intervenção permitiu requalificar uma zona de trilho, instalar um espaço de observação da avifauna. Entre outros melhoramentos, foi criado um pequeno auditório ao ar livre e área de aparcamento.
Discurso direto
“Queria deixar uma nota do gosto muito especial em estar aqui hoje, esta obra nasceu e morreu várias vezes, sempre por motivos nobres. Quando chegou a troika tivemos o nosso corte e esta obra foi uma das vítimas, mas era muito importante e necessária. Houve empenho de todos para a executar. Sem fundos comunitários, ela foi feita e paga. Não pertence ao grupo das grandes obras Polis, mas das obras maiores para concretizar os objetivos em que nos empenhamos.
Queremos passar a partilhar a gestão, para ter capacidade adicional de investir e promover este território da Reserva Natural. Estamos a trabalhar para dar frutos proximamente, agir em cogestão. A Reserva não tem sido aproveitada como ela exige. Queremos continuar a ter estas parcerias na gestão do território e dos valores ambientais” – Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro e da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
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Informação sobre a Reserva Natural de São Jacinto no site do ICFN