Uma mulher residente em Espinho foi acusada pelo Ministério Público (MP) de Santa Maria da Feira do homicídio de dois filhos recém-nascidos, em janeiro do ano passado.
Segundo a acusação, a arguida “colocou as duas crianças num saco, no interior da mala do automóvel que utilizava habitualmente, com o propósito de posteriormente as levar para outro local e se desfazer dos seus corpos, o que não veio a acontecer em virtude de terem sido encontradas por um terceiro que alertou as autoridades.”
A investigação apurou que “entre as 35 e as 36 semanas da gestação, tendo entrado em trabalho de parto, na casa onde vivia”, a mulher “deu à luz duas crianças, com vida, às quais não prestou, ou solicitou que fossem prestados, quaisquer cuidados imediatamente após o nascimento”.
“Ao invés, na execução do que já antes tinha planeado, não estimulou o choro, não tentou desimpedir-lhes as vias aéreas, antes as embrulhou e impediu de respirar, acabando por causar as suas mortes”, lê-se ainda no resumo da acusação divulgada pela Procuradoria Distrital do Porto..
O MP considera que foram recolhidos indícios suficientes de que a arguida, “encontrando-se grávida sem o desejar, decidiu ocultar o seu estado e manter a gravidez sem qualquer acompanhamento médico.”
Estão em causa, além de dois crimes de homicídio qualificado, outros dois crimes de profanação de cadáver.