Luís & Luís formalizam parceria de governação nacional e autárquica

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Luís Montenegro, na apresentação de Luís Souto, candidato à Câmara de Aveiro.

“Aveiro tem tudo para continuar a ser um farol de promoção de bem estar e inspiração regional e nacional, sei que tu garantes isso”. Luís Montenegro confia no sucesso da aposta que fez em Luís Souto para manter a presidência da Câmara de Aveiro, apesar da campanha contra assumida publicamente por Ribau Esteves.

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O atual edil, ainda assim, cumpriu, quase protocolarmente, o dever de militante do PSD, comparecendo, este domingo à tarde, à apresentação pública do cabeça de lista da coligação PSD-CDS-PPM agora designada “Aliança Mais Aveiro”. Apesar dos elogios generalizados ouvidos ao seu “legado” e um renovado apelo à união por parte de Luís Souto, saiu sem falar no palco e a escusar-se a prestar declarações aos jornalistas, demonstrando que permanecem feridas por ‘cicatrizar’.

O líder nacional do PSD tirou a tarde para dar maior foco à campanha das autárquicas em detrimento das legislativas, não deixando de assumir compromissos a dar seguimento se for reeleito, pese embora não surjam no programa eleitoral da AD. É o caso da ampliação do hospital: “espero que esteja em fase de obra quando tomares posse”, afirmou, respondendo à interplação de Luís Souto que lembrara a reivindicação ao intervir antes. “Não está esquecido também o pórtico”, acrescentou o Primeiro-Ministro demissionário numa referência à manutenção da cobrança de portagens no troço citadino da A25, entretanto abolidas de Ângeja, concelho de Albergaria-A-Velha, em diante, reafirmando a necessidade “resolver casos semelhantes” em outros pontos do país.

Numa sala de hotel esgotada (o mesmo espaço que Alberto Souto também encheu em dezembro do ano passado na apresentação do seu livro “Um futuro para Aveiro”, ainda sem ser candidato oficial do PS), notou-se a organização da ‘máquina’ do PSD e a mobilização que, para além de apoiantes locais, trouxe gente vinda de concelhos vizinhos, especialmente deputados e autarcas (candidatos e recandidatos) do PSD e CDS.

“O apelido pode ser o mesmo, mas não haja confusões”

“Junta tanta gente aqui, de três partidos e pessoas de outras partidos. Não temos nenhum problema com isso. Neste projeto todos têm lugar e podem dar o seu contributo. Há uma liderança aberta, não é fechada em si mesmo, há outros projetos onde acontece assim”, sublinhou Luís Montenegro, prosseguindo com uma crítica velada à tentativa de regresso autárquico encetada por Alberto Souto, atribuindo-a uma pretensão de ‘vingar’ a derrota em 2005: “Sei que o apelido pode ser o mesmo, mas não haja confusões: aqui estamos concentrados no desenvolvimento do concelho, não estamos concentrados em arrumar nenhuma questão mal resolvida com ninguém em particular; estamos concentrados em tratar de resolver o que não está resolvido na vida das pessoas, não é na vida de ninguém que quer ser presidente da Câmara. Não precisas de ser presidente da Câmara para resolver nenhum problema da tua vida, queres ser presidente da Câmara para resolver os problemas da vida dos aveirenses”, afirmou o presidente do PSD, dirigindo-se a Luís Souto.

Discurso direto

“O nosso candidato não está aqui para ajustar contas com o passado, está aqui para fazer as contas do futuro. Aveiro não merece desperdiçar este trajeto de desenvolvimento. Não procuramos autarcas com projetos megalómanos, com visões de palpite, procuramos autarcas que sejam parte comprometida do desenvolvimento” – Luís Montenegro.

Ouvir mais declarações abaixo ou através deste link.

Houve mais referências à candidatura protagonizada pelo irmão mais velho do cabeça de lista, que tenta regressar à gestão municipal 20 anos depois de perder a terceira reeleição.  Emídio Sousa, líder distrital do PSD, e Pedro Morais Soares, secretário-geral do CDS, apontaram riscos de uma nova governação de Alberto Souto, nomeadamente para a estabilidade financeira municipal. Luís Souto “não apresenta 100 medidas para endividar a Câmara”, atirou o antigo autarca feirense, fazendo um paralelismo: “Não é nada a que o PS não nos tenha habituado no País”. “Aveiro não pode voltar ao tempo do PS”, reforçou o dirigente do segundo maior partido da coligação.

Luís Souto na apresentação como cabeça de lista por Aveiro da coligação “Aliança Mais Aveiro”.

“Encetar uma página dourada” da relação de Aveiro com o Governo

O candidato à Câmara, atual presidente da Assembleia Municipal, destacou no início da sua intervenção a importância de uma vitória legislativa e autárquica das mesmas forças partidárias, antevendo que tal permita “encetar uma página dourada” da relação do município com o Governo da nação para dar resposta “a muitas causas e objetivos”, mas também “prioridades, como a saúde”. Luís Souto mostrou-se convicto que “o decisivo ímpeto” da expansão hospitalar ambicionada por toda a região será dada por Luís Montenegro, bem como de outros “dossiês de grande relevância”, sendo que, ressalvou, “muitas vezes apenas e só falta a facilitação do poder central”, permitindo “resolver alguns assuntos que o tempo deixou passar” ou não avançaram por “inatividade de sucessivos governos”.

Luís Souto disse que “é tempo de continuar o progresso e não iniciar o retrocesso”, valorizou aspetos da ‘obra’ de Ribau Esteves, mas acrescentou-lhe “fatores de inovação”, como a ideia de tornar Aveiro um ‘Silicon Valley’, replicando o modelo original, na Califórnia, que é o berço de empresas tecnológicas tornadas globais. Enunciou ainda empenho em “alargar” a mobilidade suave, “afinar” os transportes e “reforçar” as políticas públicas de habitação, com incentivos à construção a custos controlados, mas também aproveitar “outras formas de apoio”.

Discurso direto

“Em Aveiro o guião socialista do ‘não pagamos’ já tinha sido ensaiado e aplicado na gestão do PS, a Câmara liderada por Ribau Esteves teve de chamar a troika dos municípios, com obrigações limitadoras da ação municipal e penalizadoras dos contribuintes aveirenses” – Luís Souto.

Ouvir mais declarações abaixo ou através deste link.

Ler discurso completo de Luís Souto de Miranda

Depois da intervenção de Luís Montenegro , que saiu em passo acelerado sem mais declarações, ouviu-se o som do hino da campanha da AD para as legislativas, com o título “Deixem o Luís trabalhar”, que tem a vantagem de também poder ser tocado na corrida autárquica aveirense.

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