Depois de muitas dúvidas, anúncios e desmentidos, tudo leva a crer que o ‘Comboio histórico’ da Linha do Vale do Vouga terá mesmo, este Verão, uma atração especial.
Após uma primeira viagem abortada em cima da hora, em abril passado, a CP transferiu das oficinas de Contumil para a estação de Sernada, em Águeda, esta terça-feira, a emblemática locomotiva a vapor CP E214, que foi alvo de recuperação.
A locomotiva diesel Alsthom, que faz parte do ‘Comboio histórico’, trouxe, também o vagão cisterna e o vagão bombeiro. O que criou muita expetativa aos ativistas do Movimento Cívico pela Linha do Vouga, “apanhados de surpresa”, como admitiu Bruno Soares. “A ver vamos se agora tendo a locomotiva do nosso lado, se a vamos ver a trabalhar”, acrescentou, ainda com algumas reservas.
Já o presidente da Câmara aguedense, que partilhou a chegada da composição histórica à estação de Aveiro e depois a Sernada considerando tratar-se de “um dia festivo”, mantém-se muito confiante. “A locomotiva foi restaurada e está em condições de andar. Vai andar, pois claro”, declarou Jorge Almeida.
A circulação terá “sempre em atenção” às condições meteorológicas, ficando suspensa em períodos de risco de incêndio.
O ‘Comboio histórico’ começou há três anos, fazendo percursos turísticos entre as estações de Aveiro e Águeda, com vários momentos de animação etnográfica e gastronómica, sem esquecer a visita ao museu ferroviário de Macinhata.
A locomotiva E214 veio da Alemanha para Portugal em 1923 como indemnização pela participação de Portugal na I Grande Guerra Mundial. À época era uma das mais potentes locomotivas a vapor de via estreita e fez quase toda a sua carreira nas linhas do Corgo (Régua – Chaves) e do Sabor (Pocinho – Duas Igreja). Deixou de operar nos finais dos anos 80.
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