Numa altura em que se ouvem alertas para os riscos de incêndios florestais, devido a condições climatéricas propícias, as brigadas de jovens vigilantes da floresta já levam muitos quilómetros a pedalar em Estarreja.
Quem anda pelo terreno constata que as lixeiras clandestinas ameaçam o esforço feito nos últimos meses, nomeadamente com a abertura, obrigatória, de faixas de proteção.
Diogo Lacerda é um dos repetentes de um programa que se repete há mais de uma década. Para já, o de 2018 decorre sem grandes ocorrências. O trabalho maior continua a resultar de lixeiras clandestinas. “Viemos ajudar a que não aconteçam catástrofes, como o ano passado. Para já, está tudo a correr bem. Por esta altura, andávamos a detetar reacendimentos. Este ano está um bocado melhor. O único problema é que as pessoas continuam a depositar lixo onde limpamos”, lamentou o vigilante.
João Alegria, vereador do município estarrejense, esperava ver no respeito pela limpeza das áreas florestais o empenho que está ser feito em cumprir as faixas de proteção. E não é por falta de aviso: “Toda a gente está, desculpem as expressão, fartinha de saber isso, não se pode andar a lançar lixo nos pinhais”, referiu o autarca contabilizando em “escassos dias” cerca de 600 quilos recolhidos em áreas que os jovens ´cobrem´ nos seus percursos diários. “É revelador da falta de educação e civismo, de falta de respeito pela natureza e pelos outros. Acham que têm o direito de andarem a descarregar lixo e não têm”, criticou João Aleria.
Os jovens vigilantes que andam pela floresta estão em permanente contactocom a GNR e o comando dos bombeiros locais, dando ´alerta´ para ocorrências anormais. Sinais de fumo, de pequenos incêndios, devem ser atacados rapidamente e, para isso, é necessário pronta intervenção.
Mas a missão é, sobretudo, de prevenção e sensibilização para boas práticas. “É um bom ambiente, convivemos e ajudamos as pessoas. Experimentei e gostei, por isso decidi voltar. Apesar de, por vezes, não ser fácil andar por aí, devido ao tempo quente”, disse João Marques, que participa na campanha pelo segundo ano.
A maioria dos participantes colabora com a autarquia de Estarreja como contrapartida por bolsas de estudo que recebem no ensino superior. Os voluntários, com idades compreendidas entre os 16 e os 25 anos, serão os guardiões da zona florestal do concelho até ao fim do verão.