“Não pretendeu ser uma monografia enquanto tal, é uma leitura de cariz sociológico, organizacional e académica da atividade durante estes 30 anos, extraindo daí alguns ensinamentos. Tem uma listagem dos principais projetos desenvolvidos, mas não reúne documentos, atas, muitas imagens, como seria normal numa monografia”. É assim que Jorge Arroteia, professor e investigador da Universidade de Aveiro (UA) apresenta o livro evocativo dos 30 anos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
“No fundo, é um testemunho escrito”, resume o autor da obra “Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro – memória e ação 1989-2019”, que é apresentada ao final da tarde desta sexta-feira, no encerramento das comemorações de três décadas de associativismo intermunicipal que remota à Associação dos Municípios da Ria de Aveiro (AMRIA), na sequência do trabalho lançado pelo extinto Gabinete da Ria de Aveiro (GRIA), em 1998 que foi coordenado por Carlos Borrego, lançando os estudos da grande obra de despoluição da laguna.
Para Jorge Arroteia, a CIRA “foi uma boa iniciativa, tem sido uma boa iniciativa”, lembrando que resulta de uma evolução de “um conjunto de organismos” que chega aos nossos dias “com uma identidade própria, que é a ria e os municípios agregados à NUT III do Baixo Vouga”.
“Tem tido uma sequência lógica no que respeita a desenvolvimento de projetos, desde as primeiras estações de tratamento de águas residuais, que foram construídas, conhecendo uma evolução em termos de aprovisionamento dos fundos europeus e da sua aplicação para resolver problemas de índole regional”, recordou o autor.
Jorge Arroteia sublinha outros aspetos. Por um lado, “a liderança” da CIRA, a cargo nos últimos anos de Ribau Esteves, “e uma visão regional macro, que não olha apenas para a comunidade intermunicipal, na execução, mas projeta-se também em torno do Centro do País, onde gosta de sobressair como exemplo e tem projeção”.
Para além dos 11 concelhos, o professor e investigador dá relevo ao envolvimento da UA como “o 12º município”, na partilha de estudos e projetos, como os Pactos de Desenvolvimento Regional. “É um pilar que dá vida e anos de vida, capacitação técnica e académica, que não vemos em outros locais com uma interação tão próximo. É uma das razões que levam a Região de Aveiro a ser tão reconhecida”, concluiu.
A sessão comemorativa do Dia da Região de Aveiro de 2020 ficará assinalado, também, pela inauguração do monumento alusivo à Região de Aveiro do escultor João Bernardo, junto à sede, o edifício da antiga Junta Distrital.
Boletim da CIRA de outubro de 2020