Custou, mas foi finalmente aprovada a Lei do Restauro da Natureza. Na prática este regulamento europeu tem como objetivo recuperar pelo menos 20% das zonas terrestres e marítimas da União Europeia até 2030, bem como todos os ecossistemas que necessitam de restauro até 2050. Estamos a falar de áreas tão distintas como florestas, prados, rios, lagos ou leitos de corais que estejam em mau estado.
Por Isabel Martins *
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Esta Lei é um marco importante na caminhada europeia para a transição ecológica. Porque permite olhar com dados concretos e apoiada na ciência para os problemas de fundo. E não, acreditem, não coloca em causa a atividade económica. Permite, isso sim, que os negócios e a economia possam singrar, valorizando em simultâneo os ecossistemas dos quais todos dependemos para viver e… fazer negócios.
Não restaurar significa perder o futuro. Perder produtividade, perder recursos, perder valor. Restaurar é um investimento certeiro numa economia moderna, capacitada e que garante a continuação sustentável das suas atividades.
Naturalmente que temos pela frente muita aprendizagem. Vai ser interessante perceber o que é na prática este estímulo à biodiversidade e concluir que, em muitos casos, já estávamos no caminho certo. Os ecossistemas agrícolas são um bom exemplo, onde muitas ações regenerativas já estão em marcha e onde se verifica uma real mudança de paradigma. Falta ainda muito, é certo, mas o sentido está traçado.
Nas cidades, que também têm muita relevância neste restauro, há muito a fazer para acertar o passo. Os fenómenos climáticos cada vez mais extremados deixam à vista o sentido de urgência de apostar na forma como temos de (re)pensar e estruturar as urbes, a forma como construímos ou como gerimos o recurso água.
A Lei do Restauro da Natureza é a oportunidade para as empresas se posicionarem na liderança. Mais do que o cliché de ‘ficar do lado certo da História’ é preciso ficar do lado dos que acreditam que não há um planeta B… em Marte.
* Editorial da Revista Sustentável.
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