Legislativas: Últimos apelos ao voto dos candidatos por Aveiro

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Assembleia da República.
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Os partidos queimam esta sexta-feira ‘os últimos cartuchos’ da campanha eleitoral com os derradeiros apelos ao voto no domingo. Fazemos o balanço com as formações com representação parlamentar

Há quatro anos, a lista da coligação PSD-CDS elegeu 10 deputados, seguindo-se o PS (5) e o Bloco de Esquerda (1).

A vitória eleitoral da direita acabaria por ser anulada na Assembleia da República, com o acordo parlamentar feito pelo PS, BE e CDU que permitiu assumir o Governo.

As sondagens têm apontado, desta feita, para que seja o PS a vencer as eleições, embora, tudo indica, a precisar de repetir algum tipo de ‘geringonça’.

Em 2019, PSD e CDS concorrem em listas separadas. No distrito, os partidos da direita apresentam cabeças de lista em estreia: Ana Miguel dos Santos surge pelos sociais democratas, enquanto o deputado João Almeida aparece em primeiro pelos populares.

Filipe Cayolla concorre também pela primeira vez à frente da lista do PAN.

PS, Bloco e CDU repetem os cabeças de lista de 2015, respetivamente com Pedro Nuno Santos, que fez a ponta final da legislatura como ministro das Infraestruturas, o deputado Moisés Ferreira e Miguel Viegas, ex eurodeputado que procura à terceira tentativa chegar ao parlamento nacional.

PS certo do reconhecimento de boa governação, PSD acredita na vitória

Nos socialistas, o aumento votação deverá render mais deputados pelo distrito. Filipe Neto Brandão, número três, desde 2009 na Assembleia da República, mostra-se confiante no final de muitos quilómetros em campanha.

“Pudemos recolher junto da esmagadora maioria dos nossos concidadãos recorrentes manifestações de apreço e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelo PS e pelo Governo nestes últimos quatro anos”, referiu.

Por isso, o advogado socialista, que foi vice-presidente do Grupo Parlamentar, tendo presidido à comissão parlamentar de inquérito ao chamado ‘caso de Tancos’, “mais do que a expectativa” no reforço do PS, tem “ certeza que os aveirenses saberão reconhecer o trabalho feito e, sobretudo, escolher o caminho da estabilidade governativa, rumo a um país mais justo e solidário”.

O PSD acalmou internamente após a polémica na formação das listas, a que Aveiro não escapou, vendo sair do terceiro lugar, à última da hora (Vitor Martins, de Aveiro). A combatividade de Rui Rio conseguiu reduzir a vantagem para o PS, mas, dizem as sondagens, não dever ser suficiente para chegar ao Governo.

O deputado Bruno Coimbra, secretário geral adjunto, número quatro da lista por Aveiro, começa por destacar o desempenho do presidente do partido. “Ficou claro, através dos debates e entrevistas, que é o candidato mais bem preparado para governar Portugal”.

A mobilização do eleitorado faz acreditar que é possível contrariar os estudos de opinião. “Aqui no distrito de Aveiro, a nossa expectativa é vencer as eleições e sermos a voz dos cidadãos do nosso distrito no Parlamento. O PSD apresenta-se a eleições com representantes que se batem pelo direito a um país com melhores salários, habitação condigna, serviços públicos mais eficientes, pensões dignas, e melhor saúde e educação”, afirmou Bruno Coimbra.

CDS não quer perder mandato para a esquerda

Os dois eleitos do CDS atuais estão em sério risco. As perspetivas de reeleger António Monteiro, número dois da lista, não são boas, mas o deputado ‘não baixa a guarda’, lembrando que a votação nos populares poderá fazer a diferença: “Em Aveiro, cada voto no CDS conta muito, são esses votos que podem evitar que o BE nos conquiste o segundo mandato”, referindo, sublinhando que a campanha do partido serviu para “prestar contas aos eleitores” dos 19 concelhos, de acordo o lema adptado: “Trabalho e proximidade”.

BE tem segundo eleito à espreita, CDU precisa de mais votos e PAN pode ajudar na surpresa nacional

À esquerda, se as coisas correrem melhor ao Bloco do que em 2015 Nelson Peralta, segundo da lista, pode conseguir a eleição que falhou há quatro anos por 117 votos. O candidato vê responsabilidade acrescida na eventual melhoria de votação. À “esperança” depositada pelas pessoas será “preciso corresponder com melhoria das condições de vida”. E dá exemplos: “muito ficou para fazer, nomeadamente no reforço de rendimentos e de alteração ao código de trabalho para lhe retirar as marcas da troika”.

Miguel Viegas, da CDU, foi o primeiro cabeça de lista a ir para o terreno, ainda antes da campanha em busca de votos.

Ana Valente, número dois da coligação PCP – PEV, está confiante em ver o objetivo alcançado: “Terminamos com expectativas de conseguir eleger um deputado pelo círculo eleitoral de Aveiro e apelamos a todos os que, reconhecendo o percurso de luta e as conquistas alcançadas com o contributo decisivo do PCP e do PEV, vejam em nós a força de mudança necessária”, disse.

A CDU afirma-se comprometida com “as justas aspirações da população do nosso distrito, e a sua consequente defesa na Assembleia da República”, garantindo uma representação “com o profundo conhecimento da região”.

A surpresa do escrutínio a nível nacional poderá ser a subida do PAN, que há quatro anos elegeu André Silva, e ganhar mandatos em vários distritos.

Marta Dutra, número quatro por Aveiro, não entra em euforia, preferindo repetir algumas das mensagens fortes do partido como apelo ao voto. Uma “vontade de mudar de paradigma” que “esteve sempre presente, também no trabalho levado a cabo pela distrital de Aveiro”. No entender da candidata, “a maioria das pessoas reconhecem-no”, em especial os mais jovens.

Discurso direto

“ O PS repôs rendimentos e criou condições para a economia crescer; aumentou o salário mínimo nacional e logrou diminuir o desemprego para mínimos históricos. Tudo isto fez, cumprindo todos os nossos compromissos internacionais, atingindo nomeadamente o mais baixo défice da história da nossa democracia. Portugal cresce hoje, e desde há três anos consecutivamente, acima da média europeia. Temos consciência – e as pessoas exortam-nos a continuar – que há ainda muito por fazer, mas este é o caminho. O do crescimento sustentável e solidário. Fazer ainda mais e melhor” – Filipe Neto Brandão (PS).

“Foi com grande honra que se juntou a nós na campanha o mandatário da nossa candidatura, Paulo Portas e que recebemos no distrito, com grande força, a visita da líder do CDS, Assunção Cristas.
O apelo neste final de campanha é claro e dirigido a todos os que alguma vez votaram no CDS, bem como aos que vão votar pela primeira vez: pedimos-lhes que nos dêem a força que precisamos para manter o nosso segundo deputado” – António Monteiro (CDS).

“É igualmente urgente investir no serviço nacional de saúde e na escola pública. Para estas políticas, o PS não se demonstrou disponível. É por isso que dar força ao Bloco é tão importante.
Já a direita governou em austeridade máxima. Os últimos quatro anos esteve na oposição a votar contra a reposição de rendimentos. Assim, em Aveiro é importante reforçar a votação no Bloco de Esquerda, a esquerda que elege no distrito para reforçar um caminho alternativo de continua melhoria dos rendimentos do trabalho e dos serviços públicos” – Nelson Peralta (BE).

“O que sentimos da população é uma adesão crescente ao que são as nossas mensagens e uma grande sintonia nas grandes preocupações, como a redução da carga fiscal, a melhoria da qualidade dos serviços públicos, nomeadamente na área da saúde e dos transportes, e a priorização da política ambiental e climática. Os portugueses merecem governantes que lhes falem verdade e nos quais possam confiar, e uma governação reformista e corajosa, como só o PSD e o Dr. Rui Rio pretendem de facto, neste momento, implementar” – Bruno Coimbra (PSD).

“Dia 6 de Outubro, a escolha que se coloca é entre avançar nos direitos repostos e conquistados, ou andar para trás pela mão de PS/PSD/CDS. Ao povo e aos trabalhadores do distrito de Aveiro, apelamos a que confiem na CDU o vosso voto. Um voto que nunca será traído, será sempre honrado, levando mais longe a luta de todos dias.
A CDU propõe um conjunto de medidas para avançar no direito ao trabalho com direitos, nomeadamente, as 35 horas para todos os trabalhadores, o aumento do salário mínimo nacional para 850€, a criação do Plano Nacional de Combate à Precariedade, entre tantas outras” – Ana Valente (CDU).

“O PAN defende incansavelmente a causa ambiental, este é um desafio premente que temos pela frente num futuro imediato e vemos de forma muito positiva os mais jovens abraçarem esta causa: a defesa da nossa casa comum. A sobrevivência de todos nós depende disso. A nossa e a de muitos outros animais que connosco coabitam. O PAN apresentou no seu programa a estas legislativas medidas para a defesa de uma sociedade mais solidária, mais consciente, mais justa e inclusiva. Isto é transversal a todo o programa. – Marta Dutra (PAN).

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