Num outro dia, e em contexto académico, li uma dissertação de mestrado da brilhantíssima Ana Ruivo, cujo título é “Regenerar a Terra, construindo comunidade: dinâmicas locais de projetos regenerativos de base comunitária” e, a partir a leitura dessa leitura consegui fazer alguns paralelismos bastante interessantes sobre um caso concreto que tenho acompanhado relativamente de perto e que merece o meu louvor e o conhecimento da comunidade em geral. E, partindo do que foi anteriormente referido, é isso mesmo que será exposto neste texto através do exemplo da Juventude Desportiva Carregosense, clube situado na freguesia de Carregosa no concelho de Oliveira de Azeméis.
Por Marco Sousa
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No documento, há uma parte que reflete acerca da regeneração da comunidade através de projetos intracomunitários com o objetivo de unir as pessoas em torno de um propósito, e é exatamente isso que o clube tem feito. Desde a tomada de posse desta direção a 25 de julho deste ano, os membros integrantes da mesma têm promovido diversas iniciativas de contacto com as pessoas da terra, seja através da realização de um jogo que contou com a presença, em campo, de antigas glórias do clube e, nas bancadas, das respetivas famílias e demais simpatizantes numa tarde em que ainda houve espaço para uma visita a uma sala de direção totalmente remodelada, onde consta atualmente as taças conquistadas por muitos daqueles que jogaram no jogo de antigas glórias referidas anteriormente e onde se ouviram histórias de outros tempos, contadas na primeira pessoa.
Mais recentemente, o clube tem vindo a trabalhar com o objetivo de renumerar a tabela de sócios visto que, desde a última atualização, vários sócios infelizmente já morreram e, como tal, existe a necessidade de introduzir uma nova tabela com os que ainda cá estão e, para o efeito, tem sido feito o contacto porta a porta aos sócios registados, com o objetivo de averiguar se os associados constantes na primeira lista gostariam de continuar a ser sócios. Deste porta a porta resulta uma taxa aproximada de 98% de inquiridos que afirmou que deseja continuar a ser sócio, pelo que a campanha está a ser um sucesso.
Além do que já foi referido, esta direção também não tem receio de resolver as questões estruturais do clube, visto que, recentemente, numa assembleia de sócios, realizada a 21 de agosto do presente ano e, que contou com a presença de um fundador, foi verificada a verdadeira data de fundação do clube, que foi comprovada por uma escritura da época e, assim foi considerada a data 02 de agosto de 1975 como a data oficial de fundação do clube e não 01 de dezembro de 1974 como era da crença geral. É, de facto, impressionante verificar que em mais de 49 anos de história do clube, só agora alguma direção tenha tido a iniciativa de convocar um dos únicos fundadores que ainda está vivo para corrigir um erro histórico e, como tal, esta é uma as razões para a qual eu gostaria de destacar o caminho que está a ser feito por esta direção.
Contudo, para além do passado, a atual direção também está interessada no futuro e, como tal, desde a tomada de posse até à presente data tem-se vivido um tempo de uma requalificação brutal dos ativos pertencentes ao clube. A começar por uma melhoria das condições de recuperação dos jogadores, sendo exemplo disto mesmo, a aquisição de uma bicicleta estática que serve de apoio à aferição da condição física dos atletas, seguindo-se as obras no posto médico do clube, dotando o mesmo de mais condições para o exercício de funções do atual massagista. No que à formação e condições de treino diz respeito, também tem havido melhorias que representam um investimento considerável para o clube, com a aquisição de duas balizas de futebol de sete e a colocação de novos postes de iluminação no recém-adquirido campo de futebol de 5, para o futebol de formação, do escalão de sub-7. Para além do que foi referido, existe também uma forte consciência social, comprovada pela dinamização de um espaço, até então praticamente inutilizado e, que servirá como sala de estudo para alguns jovens da formação.
No plano desportivo, o clube assume que o objetivo é lutar por ganhar todos os jogos e, como tal, contratou um novo treinador, o Mister Nuno Gonçalves, antigo treinador da Associação Desportiva de Nogueira da Regedoura, e que tem à sua disposição um plantel competitivo, em que a média de idades é de aproximadamente 24.1 anos, e onde o balanço entre a juventude e a experiência é um ponto importante a assinalar. A Juventude Desportiva Carregosense milita, atualmente, na 1ª Divisão da Associação Desportiva de Aveiro, depois de ter sido despromovida do Campeonato SABSEG, há três temporadas.
Para concluir, o clube tem alguns planos para o futuro, nomeadamente o início do tratamento do Campo Dr. Ernesto Gonçalves, mesmo ao lado do recinto onde a Juventude Desportiva Carregosense joga atualmente.
Além da intenção óbvia da direção querer cuidar de um campo que é seu e que, até então, se encontrava numa situação de quase abandono, será que daqui a alguns anos poderá nascer ali um novo campo pronto para jogar, visto que, é algo que os associados já há muito tempo anseiam que aconteça?
* Licenciado em Administração Pública e atual mestrando em Economia, na Universidade de Aveiro.
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