Dois homens acusados de viciação de automóveis furtados remeteram-se ao silêncio no início do julgamento, esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro.
Os arguidos, um comerciante de pneus, de 61 anos, residente em Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, atualmente detido, e um comercial, de 59 anos, morador em S. João da Madeira, respondem por crimes de de furto qualificado, recetação (3) e falsificação de documentos.
Os indivíduos foram surpreendidos em flagrante, por militares do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Oliveira de Azeméis, durante buscas levadas a cabo em maio de 2013 num armazém contíguo à EN 109 em Avanca, concelho de Estarreja.
O negócio de venda de pneus servia ‘de fachada’ para esconder uma oficina ilegal onde a dupla recebia viaturas furtadas a seu pedido por terceiros não identificados a troco de um valor muito abaixo do valor de mercado para revenda, incluindo exportação, assim que fossem alteradas as matrículas e número de chassi, de forma a dissimular a proveniência ilícita.
A GNR mantinha o armazém sob vigilância depois de ter seguido o rasto de uma viatura propriedade de um infantário furtada em Aveiro Norte. Na véspera das buscas, foram registadas entregas de várias viaturas furtadas em vários pontos do país.
Durante a operação, foram recuperadas quatro viaturas e apreendidas outras quatro. Assim como diverso material usado para viciação e adulteração de características de viaturas, nomeadamente punções de marcação, raspadores, diversas tintas e alicates de corte.
Os arguidos tinham na sua posse dezenas de chapas para adulteração de chassis, chapas de chassis de diversos fabricantes automóveis, chaves de automóveis, canhões de ignição, 12 matrículas na maioria da Bélgica, 70 livretes e documentos de registo nacionais e estrangeiros de automóveis de diversas marcas, oito bilhetes de avião com destino à Bélgica, quatro telemóveis e uma máquina fotográfica.