Um biomaterial “com forma controlada e capacidade de modular o ambiente imunológico localmente”, desenvolvido por investigadores da Universidade de Aveiro (UA) “com intuído gerar benefício no contexto de terapias de modulação localizada do sistema imunitário foi objeto de pedido europeu de patente”.
O trabalho decorreu no grupo de investigação COMPASS sob coordenadação da investigadora Mariana Oliveira e contou ainda com a participação da aluna de doutoramento Ana Rita Sousa.
Segundo um comunicado da UA, “esta tecnologia pretende atuar como uma plataforma para o tratamento de tecidos localmente inflamados e/ou alvo de rejeição imunológica em contextos de trauma, doença autoimune ou em caso de transplantação”.
A tecnologia foi alvo de um pedido de patente nacional, tendo-se avançado com a proteção internacional, no contexto europeu, sendo ainda possível futuramente a proteção alargada desta tecnologia noutros territórios
Discurso direto
“Os medicamentos imunossupressores sistémicos e anti-inflamatórios clássicos atuam de forma não localizada e não específica, tendo efeitos prejudiciais na
saúde dos doentes devido à necessidade de toma prolongada em várias doenças inflamatórias, assim como no contexto de transplantação de órgãos e tecidos. Os mecanismos de ação dos produtos desenvolvidos com esta invenção pretendem gerar benefício como terapias imunossupressoras, anti-inflamatórias e pró-regenerativas localizadas, com potencial para controlar especificamente os componentes do sistema imunitário que provocam a reação inflamatória indesejada, permitindo, por exemplo, a redução do uso de medicamentos imunossupressores sistémicos clássicos, facilitando a indução de aceitação de órgãos ou tecidos transplantados, ou a regeneração de tecidos” – Mariana Oliveira, investigadora.
Projeto apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia
O desenvolvimento do trabalho correu no âmbito do projeto TranSphera – “Cápsulas esféricas multicompartimentalizadas de alto rendimento para a transplantação de coculturas multimodais de células estaminais derivadas do tecido adiposo e ilhotas pancreáticas” apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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