Intervenção de Ribau Esteves salvou maioria PSD-CDS em Aradas

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Paços de concelho de Aveiro (assinatura de contrato de delegação de competências com Aradas).
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Só a intervenção direta do presidente da Câmara de Aveiro, assumida pelo próprio, evitou que a freguesia de Aradas ficasse sem verbas ao abrigo da delegação de competências, o que deixaria, por exemplo, a Junta sem capacidade de fazer limpezas no seu espaço público durante os próximos meses.

Dois elementos da maioria PSD-CDS juntaram-se, por duas vezes, à oposição, conseguindo inviabilizar a aprovação das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021 e a revisão orçamental necessária para a aceitação de verbas a transferir pela autarquia para tarefas locais.

À terceira tentativa, com negociações pelo meio, indo ao encontro de algumas das exigências dos deputados contestatários, os problemas foram desbloqueados, normalizando a gestão da freguesia a que preside Catarina Barreto (PSD).

Ribau Esteves aproveitou esta quarta-feira a assinatura do contrato intradministrativo para “deixar nota de reconhecimento à presidente” da Junta “pelo espaço que decidiu abrir, de retoma de diálogo com as forças políticas da Assembleia para ultrapassar o ‘chumbo’, que era preciso ultrapassar”.

Aradas estava numa “circunstância original” no quadro das dez Juntas, pelo que importava “procurar pontes para fazer ajustamentos” apenas no que tocava ao plano de atividades e orçamento deste ano, uma vez que o contrato da delegação de competências era pacífico do lado da maioria.

[Comunicado da Câmara de Aveiro sobre delegação de competências]

O edil deixou um segundo “reconhecimento” aos dois deputados da coligação que estavam desalinhados, porque assumiram nas negociações em que esteve “diretamente” envolvido “a responsabilidade que tinham perante os cidadãos de Aradas e do município” e “decidiram de forma séria e trabalhada reconsiderar o ‘chumbo’, mudando com grande seriedade o ‘não’ para o ‘sim’,  justificado em declaração de voto muito clara”.

A aprovação das GOP permitiu “reagrupar” a maioria da Junta para “honrar” o compromisso eleitoral e “reganhar capacidade plena de gestão e serviço aos cidadãos”.

“Já assim não é para aqueles que estavam a pensar em manter a nova maioria negativa”, acrescentou Ribau Esteves numa referência aos eleitos do PS, que “inclusivamente tiveram o cuidado de substituir um elemento que manifestava abertura para fazer diferente”.

“Escondem numa abstenção inócua declarações de voto violentas e em muitos pontos sem razoabilidade política nem legal. São atitudes negativas de estar na política, um tacitismo permanente, nada mudou aí”, criticou o edil [Consultar direito de resposta do PS, através da deputada Anabela Saraiva].

A presidente da Junta destacou o envolvimento da Câmara ao nível do presidente e vice-presidente para chegar ao entendimento que já não estava a ser possível internamente. “Hoje ao assinar pela quarta vez consecutiva, digo que a Câmara diz sim, mas também diz presente, afirmando os valores da lealdade, da responsabilidade e da cooperação com as as 10 juntas, independentemente dos problemas internos existentes nas mesmas. Problemas, quem não os tem ? Pessoalmente, profissional ou politicamente. Não somos a única Junta a ter problemas. A vida ensina-nos, contudo, que a grande arte é saber ultrapassá-los, construir pontes, diálogos e sobretudo procurar o bem”, disse Catarina Barreto.

A autarca da coligação deixou também uma afirmação que pode ser entendida como reparo a um comunicado recente das concelhias do PSD e CDS, ao anunciarem a renovação do acordo pré-eleitoral em Aveiro apostadas em mais diálogo e proximidade dos orgãos autárquicos.

“E se dúvidas existissem que Aveiro tem um verdadeiro timoneiro ao seu leme, como poucas cidades, essas dúvidas ficam completamente dissipadas, o presidente soube estar presente, ajudar e delinear estratégia, emprestando a Aradas e Aveirenses a sua sapiência política, vasta experiência de negociação e a sua astúcia, não deixando acordos sem sentido mas a solução que melhor serve a população” , afirmou Catarina Barreto.

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Discurso direto

“É um ano tão igual a todos os outros. As pessoas que hiperbolizam uma eleição é porque nunca viveram uma eleição. Quem vive em política e democracia de forma tranquila vive uma eleição como tantos momentos importantes que a vida tem. É um ano com a importância de todos os outros. O nosso trabalho é a boa gestão das freguesias e do município. Da necessidade de continuar a realizar, sem nenhum desistência de intensidade porque alguém acha que o queremos continuar a fazer de bom é porque queremos ganhar uma eleição” – Ribau Esteves, presidente da Câmara.

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