Nos últimos anos, a inteligência artificial generativa (IAG) tornou-se um tema incontornável. Com uma instrução bem pensada, esta tecnologia consegue criar textos, imagens, músicas e até ideias originais, transformando a forma como comunicamos e aprendemos. Na Educação, a IAG surge como uma ferramenta revolucionária, mas também levanta dúvidas: estarão os professores preparados para lidar com estas mudanças?
Por Margarida M. Marques *
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Alguns desafios que se colocam são: como garantir que os alunos que já começam a usar IAG o fazem de forma ética e crítica ou como evitar que esta tecnologia aprofunde desigualdades no acesso e domínio de competências digitais? Estas questões não são teóricas; fazem parte da realidade de muitas salas de aula.
Neste contexto, surge o projeto GAI-SciTeach, da Universidade de Aveiro, com o objetivo de preparar futuros professores para usar a IAG de forma inovadora, eficaz e ética, atendendo às necessidades específicas do ensino das ciências, onde o seu potencial é enorme. Imagine um professor de biologia a usar imagens geradas por inteligência artificial para explicar sistemas ecológicos complexos ou um professor de química a criar em poucos minutos representações tridimensionais de moléculas para simular a quebra e formação de ligações entre elas. Assume-se que estas inovações tornam as aulas mais atrativas e eficazes. Adicionalmente, a IAG pode ser usada para adaptar o ensino a diferentes perfis de alunos e para aliviar o peso das tarefas administrativas.
Mas não esqueçamos que integrar a IAG no ensino exige mais do que saber usá-la; exige uma visão crítica. Neste contexto, a IAG pode ser encarada como um “colaborador” não humano, que precisa de ser constantemente avaliado e ajustado para servir os objetivos educativos visados.
Penso que o grande desafio está na formação. Atualmente, a esmagadora maioria dos professores não teve contacto com IAG durante a sua formação inicial. Esta lacuna é preocupante, num mundo onde a tecnologia avança a um ritmo acelerado. E é aqui que o projeto GAI-SciTeach faz a diferença. Uma equipa multidisciplinar de especialistas em educação e tecnologia propõe-se a desenvolver um quadro pedagógico que apoia os professores de ciências a integrar IAG nas suas práticas, de forma crítica, ética e responsável.
Mas será a IAG o próximo grande aliado dos professores ou um desafio demasiado complexo para resolver? É nesta tensão entre promessa e incerteza que o GAI-SciTeach procura um equilíbrio, lembrando-nos que o verdadeiro potencial da IAG se encontra nas mãos dos professores. O futuro da Educação passará por pessoas capazes de usar ferramentas inovadoras, de forma crítica e transformadora, para criar experiências de aprendizagem significativas.
Este texto de base foi criado com GPT Chat Português e refinado pela autora e coordenadora do projeto GAI-SciTeach. O projeto GAI-SciTeach é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto 2023.13203.PEX.
* Investigadora Equiparada a Investigadora Auxiliar, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.
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