A inteligência artificial é o desenvolvimento de tecnologia com capacidade de reproduzir ou desempenhar tarefas associadas à inteligência humana, tais como o raciocínio, a aprendizagem, a linguagem natural, a interação e a perceção.
Por Diogo Fernandes Sousa *
Este tipo de inteligência tem sido muito destacado devido ao surgimento do ChatGPT, um modelo treinado para seguir uma instrução de forma rápida e dar uma resposta detalhada, permitindo que as pessoas obtenham uma interação baseada na metodologia Q&A, ou seja, Questions and Answers (Perguntas e Respostas).
A inteligência artificial é tanto positiva como negativa pois é uma tecnologia de grande potencial revolucionário que pode mudar a forma como desenvolvemos a aprendizagem, contudo é, também, um substituto do homem em determinadas atividades, resultando na perda de vários postos de trabalho, principalmente aqueles associados a trabalhadores menos qualificados.
Assim, todos temos, no nosso dia a dia, de proceder a uma adaptação das nossas ações e metodologias uma vez que corremos, cada vez mais, o risco de sermos substituídos por esta tecnologia.
A educação é um setor particularmente afetado por a mesma e terá de fazer uma progressiva adaptação. Isto pois o ChatGPT tem uma capacidade incrível que poderá enganar o docente aquando de um momento de avaliação realizado pelo estudante fora do contexto de sala de aula, visto que basta aceder ao sistema e fazer as perguntas base da sua pesquisa para obter uma resposta elaborada e coerente sobre o tema.
Eis que surge então o cerne do problema, o qual designamos de plágio, ou seja, a apresentação de um trabalho cuja autoria pertence a outra pessoa, contudo surge, ainda, outro problema que é a validade da resposta pois o sistema vai recolher uma série de informações disponibilizadas online, informações que podem não ser totalmente fidedignas ou que, como acontece com websites como a Wikipédia, podem ser alterados por qualquer utilizador que apresente sugestões de alteração.
Assim, pessoalmente, considero positivo verificar uma evolução no desempenho da inteligência artificial, contudo não sou favorável à substituição do elemento humano por uma máquina pois acredito que a personalização de uma experiência com interação humana será sempre mais vantajosa para o utilizador, ainda que esta inteligência artificial possa desenvolver progressivamente uma capacidade que possa eventualmente simular a compreensão de demonstração de reações e sentimentos humanos, uma das bases da chamada inteligência humana.
Aplicado ao contexto de sala de aula e ao setor da educação, concluo que cabe aos docentes tirar proveito deste novo recurso e proceder à potencialização do mesmo, uma vez que parece positivo em lógicas de estratégia de aprendizagem alternativa, tais como, por exemplo, a formulação de uma questtão ou determinação de um problema e sua apresentação à inteligência artificial de diferentes formas com vista a obter resultados, “respostas”, diferenciadas que possam posteriormente ser debatidas e comparadas, a fim de determinar qual será efetivamente a melhor solução para o problema apresentado.
Ou seja, proceder-se a várias abordagens de resolução de problemas para se determinar qual é efetivamente a melhor opção a seguir-se na prática, id est teoria que se possa traduzir em vantagens para a sua aplicação prática.
* Professor do Ensino Básico e Secundário.
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