Inovação tecnológica avançada: Europa tem de melhorar rapidamente

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A inovação tecnológica avançada ou deep tech é uma área em que a Europa precisa de melhorar rapidamente, quer quanto à produção de conhecimento, quer quanto à sua transferência. As instituições de Ensino Superior (IES) são fundamentais para promover o desenvolvimento destas áreas, e a Estratégia Europeia para as Universidades afirma a sua centralidade no processo.

Por Paulo Jorge Ferreira *

A Comissão Europeia apresentou em julho a nova Agenda Europeia de Inovação, que se veio juntar à Estratégia Europeia para as Universidades. O objetivo é reposicionar a Europa enquanto protagonista global quanto à inovação. Apesar do seu percurso notável na ciência, bem como na investigação e desenvolvimento (I&D), a Europa tem vindo a perder peso nestas áreas, com claros reflexos no seu PIB.

A Europa tem vindo a perder peso económico, mas também demográfico. A dificuldade em encontrar trabalhadores qualificados é assinalável. Portugal conta com mais jovens com qualificação superior, mas é o segundo país onde os empregadores têm mais dificuldades na contratação, segundo o Talent Shortage Survey 2022.

O problema é global: segundo este estudo, 75% dos empregadores em 40 países reportam dificuldades – o pior resultado em 16 anos. A Europa precisa de aumentar a sua capacidade de atrair e reter talento, de forma a poder competir com os EUA, o Canadá ou a Austrália, e contrariar a crise demográfica e o envelhecimento.

A inovação tecnológica avançada ou deep tech é uma área em que a Europa precisa de melhorar rapidamente, quer quanto à produção de conhecimento, quer quanto à sua transferência. As instituições de Ensino Superior (IES) são fundamentais para promover o desenvolvimento destas áreas, e a Estratégia Europeia para as Universidades afirma a sua centralidade no processo.

A Universidade de Aveiro integra a recentemente criada Rede Europeia de Instituições Inovadoras de Ensino Superior (ENIHEI), composta por 37 universidades de 23 países da União Europeia, de entre as mais de 5000 IES de toda a Europa. A rede deverá apresentar recomendações para promover uma cultura de inovação, criatividade e empreendedorismo.

O trabalho desenvolvido pela ENIHEI e pelas mais inovadoras alianças reconhecidas como universidades europeias será crucial para reforçar as ligações entre as IES e a sociedade e desenvolver novas formas de aprendizagem e ensino e aumentar a competitividade global do velho mundo. Esta é uma grande oportunidade para a Europa.

Vale a pena pensar nisso.

* Reitor da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.

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