Um homem em prisão preventiva assumiu, praticamente na integra, a autoria de vários crimes imputados em contexto de violência doméstica, incluindo ameaças de morte, de que foi vítima a ex-companheira e familiares desta, embora apresentado versões diversas da acusação.
O arguido, residente em Oliveira do Bairro, admitiu no início do julgamento, esta segunda-feira de manhã, que “nunca aceitou a separação” ocorrida ao final de sete anos de relacionamento, em 2015, alegadamente por iniciativa da ofendida, acusando-a mesmo de “traição” quando “criava expetativas de reconciliação”.
O técnico de montagens industriais justificou ainda a violência empregue, nomeadamente agressões físicas e verbais, porque era “provocado” pela ex-companheira quando chegava a casa alcoolizado.
Os “problemas com a bebida” foram, de resto, invocados pelo indivíduo para “não ter recordação” dos episódios mais violentos, incluindo quando, durante uma madrugada, em março do ano passado, se introduziu em casa do pai da ofendida, acordando-o no quarto com “um objeto semelhante a uma pistola encostado à cabeça”.
Segundo a acusação, o arguido ameaçou de morte os familiares da ex-companheira caso não a pressionassem a desistir de queixas na GNR.
Em tribunal, o homem garantiu que apenas tinha um telemóvel na mão e se deslocara ao local para saber a razão do ex-sogro andar à sua procura. “Não me revejo a ameaçar de morte, mas sei que fiz asneira ao entrar na casa daquela maneira, não posso negar”, disse.
Estão em causa no processo agora levado a julgamento em Aveiro crimes de violência doméstica, coação, violação de domicílio, ofensas à integridade física, danos e ameaças.
O arguido foi detido após regressar dos Estados Unidos da América onde era habitual passar temporadas em contratos de trabalho.