Indústria de componentes automóveis: “Crescer mais do que os mercados nossos clientes”

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Exposição (AEP).

As empresas produtoras de componentes automóveis têm registado um crescimento de 4 por cento ao ano, esperando a AFIA que em 2024 se aposte em políticas económicas focadas na competitividade do setor.

Por José Couto *

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A Indústria Portuguesa de Componentes Automóveis tem mostrado um potencial capaz de ultrapassar dificuldades exógenas ao nosso país e à nossa economia, mas também tem sabido ultrapassar os obstáculos promovidos internamente, como mostra o comportamento e a evolução desta Indústria, promovido pelas empresas, empresários e empresárias, homens e mulheres que trabalham comprometidamente para manter níveis de desempenho que têm garantido, nos últimos dez anos, um nível de competitividade que assegura o crescimento da produção, das vendas de componentes à Indústria Automóvel Global. Não tem sido crescer por força do volume, por termos preços mais baixos, por oferecer soluções com a combinação do fácil com custos de mão de obra baixos, pelo contrário, a intensidade tecnológica tem aumentado, bem como os níveis de produtividade e a integração nas cadeias de valor melhorou significativamente. É nesse caminho que queremos continuar. O high light da AFIA – 98% dos veículos automóveis construídos na Europa têm uma ou mais componentes fabricadas em Portugal – espelha um perfil e as características das empresas nacionais, um potencial adaptativo, uma capacidade de aceitar desafios e de resolver dificuldades, mas demonstra um trabalho de afirmar vantagens diferenciadoras, que são percebidas por os nossos clientes – a ambição das empresas em quererem ser competitivas e competirem com os melhores.

As Empresas Produtoras de Componentes Automóveis, têm mantido um crescimento de 4% ao ano nos últimos cinco anos, enquanto a Europa diminui a produção automóvel em 8% no mesmo período, e até setembro de 2023 as vendas aumentaram em 16%. Este facto, de crescer mais do que os mercados nossos clientes, é graças às competências dos colaboradores e dirigentes, ao permanente esforço de atualização de tecnologias, porque procuramos a modernização e a resposta aos exigentes pressupostos da transição digital e carbónica – à sustentabilidade industrial. Sabemos que o nosso principal mercado, a Europa, apresenta fragilidades, demasiadas perturbações, que constituem riscos em termos políticos que têm condicionado a vida económica, as decisões das empresas. A Indústria de Componentes espera a continuidade de um cenário complexo e desafiante.

Mas a AFIA não pode deixar de referir que nem tudo depende das empresas e dos seus líderes. Depende também dos Governos, dos Governantes, em produzirem condições capazes para que as empresas possam competir ao mesmo nível dos seus concorrentes, depende da criação de infraestruturas adequadas, na irradiação de obstáculos.

Esperamos que em 2024 se possa ter políticas económicas focadas na competitividade, que beneficiarão o setor que tem promovido a I&D nacional, a qualificação e requalificação dos trabalhadores, que tem níveis altíssimos de investimento em tecnologia, que tem índices acima da média de digitalização e enormes avanços na diminuição da pegada carbónica, e atraiam investimento.

* Presidente da AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. Artigo publicado originalmente na Revista Portugalglobal, n.º 171, janeiro 2024.

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