As linhas orientadoras da ação da autarquia de Ílhavo traçadas para 2021 “são insuficientes para responder aos problemas do presente e aos desafios do futuro.”
É a avaliação que o PS faz, tendo motivado o voto contra as Grandes Opções do Plano (GOP) que seguiram para debate e votação na Assembleia Municipal.
Para o PS é, também, “possível e desejável maior assertividade na redução da carga fiscal”, pelo que “não votaram favoravelmente a taxa de IMI, que queriam ver reduzida para a taxa mínima.”
Assinalam, ainda assim, “como positiva a redução da participação variável no IRS para 4%, medida defendida há sete anos pelo PS/Ílhavo”.
As GOP dão conta, segundo os socialistas, de “uma maioria encerrada em si mesma, sem ideias novas, divorciada dos problemas dos munícipes, incapaz de projetar estrategicamente o desenvolvimento do Município, para além da espuma dos dias e das óbvias políticas de pronto-a-vestir que se adaptam a qualquer realidade sem qualquer ambição de a transformar”.
Para o PS, “o próximo ano exige que o orçamento municipal dê atenção redobrada à situação social e económica do concelho, obviamente afetado pela crise pandémica”.
É necessário, nomeadamente, “a garantia de acesso a equipamentos de proteção individual por parte das diversas organizações e da população em geral; na sensibilização permanente para os comportamentos de prevenção sanitária; na preparação dos espaços públicos para o cumprimento das regras sanitárias.”
A Câmara deve estar “concentrada em fazer mais e fazer melhor”, mas para o PS “não há sinal de que pretenda fazer mais do que o mínimo exigível.”
Além do apoio aos mais carenciados, a edilidade deveria “implementar respostas novas e ajustadas à singularidade do contexto, e no reerguimento do nosso comércio e restantes agentes económicos, prolongando e aprofundando as medidas excecionais para lá de 2020 e estabelecendo, em articulação com o nosso tecido económico, um plano de recuperação das nossas pequenas e médias empresas.”
Outras críticas às GOP
» Os eleitos do PS defendem que a Ria de Aveiro, mais significativo património natural do concelho, persiste esquecida das prioridades da Câmara, desaproveitado todo o seu potencial turístico, cultural e económico; a cobertura da rede de saneamento em todo o concelho progride em ritmo lento; as infraestruturas desportivas já há muito que não são suficientes face às necessidades da comunidade;
» O sistema de mobilidade é obsoleto face às necessidades quotidianas das populações, designadamente no que diz respeito aos circuitos de modos suaves que persistem bastantes descontínuos e em dessintonia com a rotina dos atuais e potenciais utilizadores;
» O centro urbano da Gafanha da Nazaré aguarda há longos anos a mínima atenção à sua necessária requalificação, devidamente estudada, planeada e debatida; os problemas relacionados com a saúde animal persistem esquecidos sem que se vislumbre uma estratégia municipal que ultrapasse os crescentes constrangimentos a este respeito;
» Falta de vontade manifestada pela maioria PSD em fazer mais pelo concelho, recusando mais competências em áreas centrais para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, como a Ação Social, a Saúde, a Proteção e Saúde Animal, a Justiça, entre outras.
» O orçamento não dá prioridade ao que importa: cuidar da saúde, da condição financeira das famílias, da comunidade que nos conforta, da dinâmica da economia que garante emprego.
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