A hospitalização domiciliária é uma alternativa inovadora e humanista ao internamento hospitalar tradicional. Este modelo permite a prestação de cuidados de saúde no conforto do lar e tem benefícios para os pacientes e para o sistema de saúde. No entanto, existem desvantagens associadas e nem todos os pacientes podem beneficiar desta modalidade de cuidados.
Por Diogo Fernandes Sousa *
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A principal vantagem da hospitalização domiciliária é o conforto e a familiaridade proporcionados pelo ambiente doméstico. Os pacientes que permanecem em casa tendem a apresentar melhorias no bem-estar emocional e físico, tais como, a redução da ansiedade, associada ao ambiente hospitalar, aliada a uma menor exposição a infeções, o que contribui para uma recuperação mais rápida e com menos complicações.
Além disso, a hospitalização domiciliária permite uma abordagem mais personalizada dos cuidados de saúde, permitindo adaptar os tratamentos às necessidades específicas de cada paciente e promovendo uma atenção individualizada que muitas vezes é difícil de alcançar nos hospitais.
A nível económico, a hospitalização domiciliária é mais acessível do que o internamento hospitalar tradicional. A redução dos custos associados à manutenção da infraestrutura hospitalar, bem como à alimentação e limpeza e manutenção de equipamentos, permite uma redistribuição mais eficiente dos recursos financeiros.
Contudo, é importante destacar que a hospitalização domiciliária não está isenta de desvantagens, tais como, a disponibilidade de equipamento médico especializado em casa ou a falta de monitorização contínua do paciente por profissionais de saúde, o que pode ser um risco para pacientes com condições instáveis.
A qualidade da habitação e o ambiente doméstico também são fatores críticos que podem afetar a recuperação, uma vez que nem todas as casas estão equipadas para proporcionar um ambiente seguro e adequado para cuidados de saúde. Além disso, o envolvimento da família, embora benéfico, pode ser insuficiente, especialmente em situações onde os cuidadores não têm formação adequada.
A acessibilidade à hospitalização domiciliária é outro ponto a considerar porque o modelo não é viável para todos os pacientes. A elegibilidade depende de uma avaliação clínica que considere a estabilidade do estado de saúde do paciente e a capacidade do ambiente doméstico suportar os cuidados necessários.
A hospitalização domiciliária representa, por isso, um avanço na humanização dos cuidados de saúde. No entanto, é fundamental garantir que a decisão de optar por este modelo de cuidados seja baseada numa avaliação cuidadosa das necessidades individuais de cada paciente.
Investir na hospitalização domiciliária e melhorar as infraestruturas e recursos de suporte à mesma é essencial para se garantir que mais pacientes possam beneficiar das suas vantagens, enquanto asseguramos a segurança e a eficácia dos tratamentos prestados.
* Docente do Instituto Politécnico Jean Piaget do Norte.
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