A presidente do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) garantiu a proteção dos utentes durante a remoção dos edifícios em Aveiro que ainda possuem telhas em fibrocimento, na construção das quais era usado amianto, uma substância cancerígena.
“Temos tido todas as precauções. Os trabalhos têm decorrido muito bem, demorámos dois ou três meses a preparar a empreitada para cumprir com as regras todas”, assegurou Margarida França.
Os trabalhadores da empresa encarregada trabalham nos telhados, em alguns casos próximos dos corredores, como aconteceu na zona da Medicina II e consultas externas. Quando estão a remover as telhas de fibrocimento, depois envolvidas em plásticos, os operários andam equipados com fato e máscara. Existe uma camara de descontaminação e redes para amparar possíveis quedas de telhas.
A transposição é feita por grua para o estaleiro que fica localizado junto à entrada pela rua das urgências onde os materiais em fibrocimento aguardam transporte para destino final. No local está afixada sinalética a alertar para risco de exposição a amianto, informando, ainda, que os limites de concentração podem ser superiores ao permitido.
No interior do hospital, não parece existir qualquer informação visível a dar conta dos trabalhos ou a recomendar cuidados. A nossa reportagem constatou janelas abertas para circulação de ar no corredor de acesso à Medicina II. “Não nos avisaram nada sobre isto”, referiu um doente a aguardar alta após vários dias internado.
Uma delegada de informação médica disse que lhe foi dado conhecimento, nas suas visitas, de “muito poucas indicações para as pessoas se protegerem”, apenas fechar as janelas e usar óculos de proteção num determinado local.
A presidente do CA reafirmou que foram tomadas as cautelas necessárias: “A nossa gestão de risco acompanhou isto de forma muito concreta, não temos risco nenhum, tem decorrido com a maior serenidade. Tem sido tudo avisado e feito controlo sobre isso”, referiu.
A empreitada está “a avançar rapidamente” na remoção e deverá finalizar o trabalho dentro de um mês, o que é bom”, concluiu Margarida França.
O CHBV teve de lançar uma segunda empreitada a concurso público, por quase 415 mil euros, já que a primeira tentativa, com um preço base de 349.900 euros ficou sem concorrentes. A obra financiada pelo Programa CENTRO 2020 tinha 120 dias de prazo de execução.