Um homem de 25 anos que esfaqueou três pessoas, numa pastelaria, na Costa do Valado, Aveiro, em setembro de 2021, remeteu-se ao silêncio, esta segunda-feira, no início do julgamento que está a decorrer no Tribunal de Aveiro.
A defesa do arguido, que responde por crimes de ofensas à integridade física qualificada (3), posse de arma proibida e, ainda, um crime de consumo de estupefaciente, ressalvou que o mesmo possa, mais adiante, prestar declarações sobre os factos de que está acusado. O indivíduo, atualmente desempregado, que já trabalhou como operário fabril, é residente na zona de Águeda.
O tribunal começou por ouvir os ofendidos (um casal e um amigo) que relataram os acontecimentos em causa, sendo que a mulher prestou declarações através de vídeo conferência, numa sala à parte, por se sentir constrangida com a presença próxima do alegado agressor.
Segundo o casal, o arguido, que era visto no lugar por ter uma relação com uma moradora, exibiu uma faca, de forma intimidatória, depois de ter sido chamado à atenção por estar a causar desacatos num café onde decorria uma “festa indiana de aniversário”. A GNR foi chamada a comparecer no local e acalmou os ânimos.
No dia seguinte, quando o casal tomava café numa pastelaria do lugar, o indivíduo terá surgido no local novamente empunhando uma faca e partiu mesmo para agressões. “Tentei defender-me e fui golpeado em várias partes do corpo”, relatou o homem que também terá sido esmurrado e pontapeado.
A esposa e um amigo, que entretanto chegara à pastelaria, também seriam ‘picados’ pelo objeto cortante no meio da confusão. “A GNR veio rapidamente e apanhou-o ainda em flagrante”, contou o homem atingido de forma mais grave (esteve um mês de baixa devido aos sofrimentos). “Desconheço o motivo porque partiu para as agressões, mas deve ter sido por eu ter saído em socorro da minha mulher quando ele reagiu mal no dia anterior”.
A esposa não ficou com dúvidas que foi vingança: “Ele estava a implicar com o aniversariante, aos berros e a partir copos. Simplesmente disse que devia sair e ele empurrou-me para uma mesa”, contou a ofendida, adiantando, ainda que se sentiu “ameaçada” pelo suspeito nos dias seguintes.
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