Um indivíduo confessou hoje o envolvimento em intensa atividade de trafico de droga, que fazia a partir da residência, no bairro da Misericórdia, em Albergaria-A-Velha, e outros locais nas imediações, no início do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Aveiro.
O arguido, atualmente na prisão, responde ainda por posse de uma arma proibida que lhe foi apreendida nas buscas domiciliárias.
Da acusação imputada, o homem de 31 anos, jardineiro de profissão, negou apenas que se dedicasse ao tráfico de cocaína e heroína desde 2015, garantindo que começou apenas no início de 2016, assim como a pretensa utilização de três filhos menores que receberiam encomendas por telefone e em alguns casos procediam às entregas.
“Quase tudo é verdade. Dos garotos não. Isso não é verdade. Atendiam o meu telemóvel, mas não sabiam o que era”, explicou o arguido, adiantando que iniciou o tráfico “para pagar a reparação de um carro na oficina”.
A GNR vigiou o homem durante um ano não constando o exercício qualquer atividade laboral e rendimentos para além do Rendimento Social de Inserção (RSI). Existem, também, escutas telefónicas, umas com referências claras a encomendas, outras usando códigos.
Quando ia ao encontro de consumidores e outros compradores de droga, o indivíduo, que atuava sempre sozinho, deslocava-se de bicicleta ou em viaturas.
As buscas da GNR, em junho de 2018, permitiram apreender vários telemóveis, dinheiro (cerca de 800 euros), computadores, objetos de valor, nomeadamente artigos em ouro, e uma pistola.
“Tiraram 90 euros da minha carteira, esse é que era dinheiro da droga. O resto era do curso de jardineiro que andava a tirar com a minha mulher, estávamos a poupar”, explicou, garantindo que o computador e as várias peças de ouro não foram entregues a troco de droga ou adquiridos graças à atividade de tráfico. Num dos veículos que usava, a GNR encontrou uma pistola calibre 6.35 ocultada no filtro de ar.
