Homem nega em tribunal tentativa de homicídio e é detido à porta por burlas

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Tribunal de Aveiro.

Um indivíduo de 45 anos negou, em absoluto, a alegada tentativa de homicídio de que terá sido vítima um seu vizinho, em fins de 2018, durante uma discussão ocorrida na estrada municipal que serve propriedades de ambos, numa freguesia do concelho de Anadia.

No final da atribulada primeira sessão da audiência do julgamento, esta manhã, no Tribunal de Aveiro, o arguido tinha à sua espera agentes da PSP que cumpriram mandados de detenção emanados pelos tribunais da Amadora e Cuba ao abrigo de processos transitados em julgado relacionados com burlas.

Segundo NotíciasdeAveiro.pt apurou, o homem foi condenado a penas de pagamento de multa na ordem do milhar de euros que, não liquidando agora, serão revogadas em dias de prisão efetiva.

O processo de homicídio qualificado na forma tentada resulta da queixa apresentada por um vizinho quando, alegadamente, encontrou num terreno seu o arguido a abrir uma vala que serviria para drenar as águas pluviais, desviando-as da quinta de que é dono.

Após uma discussão, o homem acusado terá investido, por três vezes, a sua viatura ‘jeep’ contra o queixoso que só não foi atropelado porque desviou-se a cada passagem. Acabaria, ainda assim, por ficar ferido numa mão  atingida pelo retrovisor.

Colaborando a custo na resposta a questões do tribunal, por querer limitar-se “a uma declaração” que prepara em sua defesa, o  arguido indignou-se com a acusação do Ministério Público, garantindo que “não é verdade”. Nem a tentativa de atropelamento (estaria, sim, a desviar a viatura do trânsito local), nem que abriu uma vala em terreno alheio.

“Em época de chuvas, há ali uma valeta pública que o município não limpa. Peguei no ‘jeep’ e passei os rodados no que já estava para fazer o escoamento para o coletor ao fundo da estrada, foi com o melhor dos objetivos, sou o único que limpa aquilo, os outros entopem”, explicou, assegurando, ainda, que não entrou na propriedade do vizinho, a quem acusa de arremessar uma vigota e pedras contra o seu veículo. “Eu fiquei sempre quietinho e não dirigi contra ele. Eu quis sair e ele colocou-se à frente”, referiu, justificando não ter apresentado queixa das alegadas tentativas de agressão “por não acreditar na justiça”.

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