Um homem natural de Anadia, radicado há vários anos em Espanha, remeteu-se hoje ao silêncio no início do julgamento por tráfico de droga que decorre no Tribunal de Aveiro.
O operário da construção civil de 53 anos está acusado no âmbito de um processo que resultou, em maio de 2017, na condenação de três pessoas (um casal de familiares e um agricultor) que cultivavam, alegadamente pagos pelo indivíduo, plantas de canábis dissimuladas em campos de milho num quintal em Avelãs de Caminho, concelho de Anadia.
Quando a GNR foi alertada, na sequência de danos causados por mau tempo, e começou a investigar, o arguido que está a ser julgado ausentou-se para Espanha, onde vendia a droga encomendada, tudo indica, por terceiros.
A cunhada e o marido foram condenados a cinco anos de cadeia efetiva. Quando cumpriam pena, um recurso reduziu o tempo de reclusão e, atualmente, estão já em liberdade.
Ainda no mesmo processo, um agricultor de 71 anos que terá ajudado o casal a plantar canábis foi condenado a um ano e meio de prisão, com pena suspensa, por cumplicidade no tráfico de droga.
Os arguidos terão plantado quase dois mil pés de canábis por duas vezes, em 2015 e 2016. Em tribunal, assumiram o cultivo, mas alegando não saberem que era droga, garantindo que o cunhado residente em Espanha lhes pediu o terreno para plantar açafrão.
Além do cultivo de canábis no quintal, era feita localmente a secagem com recurso a estufas instaladas em galinheiros e na própria residência, assim como embalamento e pesagem antes de seguir para Espanha.
A GNR ainda conseguiu apreender 1.600 plantas e um saco com cerca de 3,5 quilos de folhas de canábis (27 mil doses que poderiam render 177 mil euros).
Artigo relacionado
Prisão efetiva para casal que plantava canábis