Hoje foi só o primeiro dia da “nova normalidade” escolar

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Polícia Segura da PSP acompanha abertura do ano letivo em Aveiro.
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Milhares de alunos das escolas púbicas e privadas de Aveiro começaram, esta quinta-feira, a retomar as rotinas escolares, presenciais, mantendo-se as condicionantes da situação pandémica, devido à qual o ano letivo passado foi concluído à distância.

Os sorrisos escondidos pelas obrigatórias máscaras marcaram na estreia ou o reencontro há muito desejado com colegas, professores e funcionários numa agitação que se procura a todo custo conter, insistindo na necessidade de distanciamento.

Nada que não fosse esperado e preparado nas últimas semanas. “Estes primeiros dias serão confusos, mas rapidamente tudo se tornará normal. Acreditamos que as escolas são locais seguros. Devemos transmitir calma e confiança aos nossos filhos. Todos temos de nos adaptar a esta nova normalidade”, avançou a direção da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe, em Cacia, num comentário pedido por NotíciasdeAveiro.pt.

A logística é um dos grandes desafios, com a necessária organização do espaço físico escolar, funcionários (não raro em número abaixo das necessidades) e corpo docente (com professores já de baixa para salvaguardar complicações de saúde). Os horários das turmas ou vários serviços, como as refeições, revelaram-se tarefas complexas, bem como os planos de contingência a seguir quando ocorrerem problemas de saúde relacionados com o Covid-19.

“Todos temos de nos adaptar a esta nova normalidade. Correu tudo bem? Não. Há coisas a melhorar? Claro que sim. Mas hoje foi só o primeiro dia…”, lembram os pais das escolas de Cacia.

Os representantes dos pais e encarregados da escola básica de Santiago, na cidade, estiveram em contato próximo com a direção na preparação do novo ano letivo, não só pelos motivos de saúde pública, mas também para acautelar as consequências para as crianças após o “afastamento abruto” de seis meses. A associação vai “analisar mais profundamente” o arranque letivo, mas dentro de algum tempo, como adiantou Cláudia Escaleira.

As organizações sindicais dos professores também querem esperar uns dias para receberem as avaliações dos seus delegados. Para já, e com algumas escolas a reabrir faseadamente, “os dados ainda são escassos”, referiu Rosário Oliveira, coordenadora local do Sindicato dos Professores da Zona Centro, afeto à UGT.

O panorama escolar no concelho não é muito diferente do que sucede em outras localidades. “O que pudemos verificar nos Agrupamentos de Escolas e escolas não agrupadas de Aveiro é que abrem em consonância com o que acontece no resto do país, com falta de professores e com uma carência enorme de assistentes operacionais”. A denúncia parte de António Morais, coordenador distrital do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), afeto à CGTP, que defende o regresso ao ensino presencial “por se verificar nele a relação pedagógica docente/discente sem qualquer mediação”.

O responsável avisa que não deixará, contudo, de manter a exigência de “condições de higienização e de distanciamento físico necessárias para minimizar ao máximo o risco de contágio”.

Para já, o empenho das escolas merece elogios: “Fizeram tudo o que estava ao seu alcance para criar as melhores condições possíveis, contudo, não podiam ir além do que lhes era permitido ou dos recursos de que dispõem”.

Regresso às aulas com novos e velhos problemas – avaliação do SPRC

» O número de alunos por turma que em anos anteriores já era um exagero por razões pedagógicas, agora é duplamente exagerado por razões sanitárias. As salas de aula mantiveram o número de alunos anterior à pandemia e o distanciamento não vai além do… possível. Do inquérito que realizámos, os recursos para higienização, limpeza e proteção individual nas escolas são insuficientes numa grande percentagem;

» Em relação ao professores que pertencem a um grupo de risco, as escolas revelam que não têm forma de os proteger pela falta de condições de distanciamento social referidas anteriormente.

Sala de aula na Escola Secundária Homem Cristo, Aveiro.

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