O ano de 2020 que terminou ficou indubitavelmente marcado para o Clube, para Portugal e para o Mundo pela pandemia do vírus Covid19. Não fomos, nem somos imunes ao vírus.
Por António Granjeia *
Um novo ano vai começar e não nos livraremos deste mal que indubitavelmente marcará o primeiro quartel do século XXI. Já começou a fazer razia nas competições de início de época 2020/21 e condicionar treinos e o normal funcionamento do pavilhão, dos campos de padel, da piscina, do posto náutico e condicionado o labor da sede e do bar.
O sector económico também se ressente com esta calamidade pública e tivemos de saber suportar esta adversidade.
Malgrado a nossa apreciação global do Estado Português continuar a ser a mesma de anos anteriores, nomeadamente pela incapacidade de gerar políticas de promoção do desporto e da juventude menos centralistas, teremos este ano, de ajustar essa apreciação com um valor menos significante.
A pandemia desviou muitos recursos aos nossos governantes e muitas vezes, a pressão do momento, dificultou decisões mais esclarecidas. Nenhum português gostaria de estar na pele dos governantes, sobretudo na primeira fase. Hoje já será possível fazer apreciações mais finas e objetivas da sua atuação global, mas, não é este nem o momento, nem o lugar adequado.
Contudo, e com muita pena nossa, não demos pela existência do secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo.
Apesar de ter declarado que “o desporto não é um setor pária da nossa sociedade e, portanto, não pode ficar para trás sendo isso que o Governo se tem esforçado por fazer”, nunca demos por medidas para o desporto, principalmente o amador que tem ficado claramente para último. De tal forma isto é verdade que o documento de Visão Estratégica para o Plano de Recuperação de Portugal 2020-2030 (VEPRP na sua versão inicial) não incluía a palavra “desporto” no texto.
A pandemia trouxe uma nova realidade a Aveiro.
Foi possível estabelecer contactos com a maioria dos clubes de Aveiro por forma a haver uma união nas horas mais difíceis. O Clube dos Galitos teve uma posição importante neste movimento.
Os Clubes desportivos do concelho de Aveiro têm mantido reuniões de trabalho e consulta mútua, desde que a pandemia começou em março último. Nestas reuniões, procuramos em conjunto avaliar práticas e a eficácia das medidas de combate à pandemia, encontrar soluções mitigatórias comuns e de uma forma geral partilhar as dificuldades e oportunidades.
Uma das medidas tomadas em conjunto, numa decisão inédita em Aveiro, foi a suspensão da quotização aos nossos atletas e sócios, durante a primeira vaga da pandemia passando esta a ter uma forma voluntária.
Também fruto desta união, dois dos clubes partilharam instalações (piscina) na primeira fase da retoma, permitindo uma importante poupança nos custos, numa ação que mereceu o apoio ca Câmara Municipal. Houve ainda organizações que envolveram alguns dos nossos clubes, num espírito de colaboração e de defesa dos interesses comuns a todos.
Em conjunto, e seguindo as recomendações da DGS e de cada federação ou associação desportiva, tentámos unir práticas e procedimentos. Consultamo-nos também com frequência para interpretar as regras da DGS e mantermos práticas comuns.
Perante o cenário bastante cinzento da segunda vaga reforçámos as reuniões na procura de respostas em conjunto. Estamos conscientes que mais uma paragem pode ser o fim de muitas das nossas associações e da prática desportiva para muitas crianças e jovens do nosso concelho.
Tentaremos de forma comum ultrapassar as dificuldades como a situação financeira dos Clubes amadores que é cada vez mais aflitiva. Temos funcionários e colaboradores a quem devemos lealdade e o salário. Os nossos fornecedores merecem e devem ser pagos pelos serviços. A desistência de muitos patrocinadores, a inexistência de receitas de bilheteira, a redução drástica nas atividades que os Clubes organizavam para gerar receitas e a manutenção das quotas em valores que já eram baixos para os serviços prestados, tornam a nossa situação absolutamente dramática.
Continuamos enquanto clube com objetivos claros. Somos um clube de formação e não abdicaremos duma gestão racional e rigorosa.
Sempre teremos novas metas para ultrapassar, novos desafios para vencer e problemas para resolver. Vamos, como até aqui, acumular a energia necessária para resolver as dificuldades que nos aparecerem, procurando sempre consensos em diálogo, sendo construtivos, imaginativos e perseverantes.
Mesmo apesar da pandemia foi um ano de boas alegrias numa coletividade que quer continuar a servir Aveiro com dedicação.
Como sempre temos reiterado, o clube são as pessoas e os sócios o nosso ativo principal. Sem o seu trabalho diligente e abnegado nada do que fazemos seria sequer possível. Devemos agradecer a todos os que nos ajudaram na gestão das secções e a todos os que acompanharam as equipas pelo seu anónimo, mas eficaz trabalho.
No ano de 2020 o clube manteve a atividade, mas houve até secções que aumentaram a atividade e os seus sócios atletas como o Remo.
Globalmente o Clube dos Galitos conquistou em 2020 um impressionante palmarés nas modalidades que pratica mesmo em época de COVID.
30 títulos de campeão nacional
1 título de Vice-Campeão europeu
9 recordes nacionais
18 atletas representaram as seleções nacionais
* Presidente da direção do Clube dos Galitos. Artigo resumido do balanço de 2020.