Há que ensinar ciência aos mais pequenos?

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Foto Fábrica Ciência Viva.

Para que se acompanhem os avanços da Ciência e da Tecnologia, é imperativo preparar as crianças e os jovens para os desafios e oportunidades que surgem neste cenário de constante mudança. Neste sentido, uma aposta forte na qualidade da Educação em Ciências, a começar logo nos primeiros anos de escolaridade, é o primeiro passo para formar uma próxima geração capaz de se adaptar a esta nova realidade.

Por José Luís Araújo ([email protected]) *

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O conhecimento científico e tecnológico desempenha um papel crucial na formação integral das crianças, moldando as suas curiosas mentes e preparando os alicerces para que se tornem cidadãos ativos, informados e críticos da sociedade. A aposta no ensino das ciências desde os primeiros anos de escolaridade não é apenas uma questão de transmitir conhecimentos sobre o funcionamento do mundo, mas sim, o cultivar da literacia científica que é uma ferramenta essencial no século XXI.

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Atualmente o ensino das ciências vai muito além de reconhecer que, por exemplo, H é o símbolo químico do Hidrogénio e que este é o primeiro elemento da Tabela Periódica, ou que a Segunda Lei de Newton, pode ser traduzida pela expressão matemática F=m×a. A Educação em Ciências tem como objetivo promover a exploração do mundo natural, o questionamento, a experimentação e a compreensão dos fenómenos naturais. E como tal, nada melhor do que a infância, uma fase de questionamento e descoberta do mundo, para que se dê a oportunidade às crianças de aprenderem ciências e construírem uma visão holística do mundo, fazendo uso da sua natureza investigativa que alimenta a sua curiosidade inata. Juntam-se a todas estas vantagens o facto de o ensino das ciências contribuir para a formação de capacidades transversais essenciais, como o pensamento lógico, a resolução de problemas e a colaboração, que são essenciais para a empregabilidade na sociedade moderna.

É, portanto, imperativo que os educadores e responsáveis pelas políticas educativas reconheçam a necessidade de integrar abordagens inovadoras e práticas pedagógicas eficazes no ensino das ciências desde muito cedo. Isso inclui, a promoção de ambientes de aprendizagem estimulantes, o acesso a recursos educacionais atualizados e a formação dos seus professores. A colaboração entre escolas, comunidade e instituições de investigação tem também um papel complementar, mas vital na promoção da literacia científica e, como tal, é preciso ter também em conta o valioso contributo que estar parceria pode representar.

Por tudo isto, apostar no ensino das ciências é um investimento valioso para no futuro termos cidadãos críticos, informados e capacitados, que não apenas compreendem o mundo, mas também tenham a capacidade de transformá-lo. Ao fomentar a curiosidade e o pensamento crítico desde a infância, estamos a plantar as sementes para a construção de uma sociedade mais consciente, dinâmica e preparada para enfrentar os desafios do futuro.

* Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.

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