“Há dias assim”: Um espectáculo maravilhoso de biodiversidade

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Rio Vouga (Foto partilhada por António Garcia no Facebook).
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As distâncias de fundo (foram 75km) continuam e desta vez o alvo foi a Murtosa. Já adivinharam que estamos em terras lagunares, palco dos meus inícios “BeTetisTa”, por caminhos já bem palmilhados, neste caso rodados.

Por António Garcia *

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O BioRia e os territórios adjacentes, oferecem um espectáculo maravilhoso de biodiversidade onde, obviamente e nesta época, as rainhas são as cegonhas. São centenas desta espécie que buscam comida para os seus filhotes, aproveitando os sulcos que os tractores deixam na terra para apanharem algumas minhocas distraídas. E como estamos em período de lavra, imaginem o espectáculo: em fila, umas atrás das outras, picotando o solo retirando o “pão de cada dia”.

Quanto à paisagem lagunar, no seu estado líquido, hoje era momento de maré baixa, deixando à vista o mundo de lama que vive sob água, paraíso para pássaros esfomeados e para garimpeiros na sua pesquiza de bivalves.

Em Vilarinho, depois dos passadiços de Esgueira, a ponte continua a erguer-se o que nos leva a um desvio por Sarrazola, subindo o Rio Novo do Príncipe. Depois seguimos a ligação que nos conduz a Canelas, ao seu entroncamento de caminhos que nos levam a mil destinos. Eu escolhi o que me leva até ao Centro de Interpretação de Salreu, não sem fazer o percurso do Rio Jardim.

Em seguida foi um salto até ao esteiro de Estarreja, ao longo do Rio Antuã. O esteiro leva-nos até perto de Veiros onde temos que bifurcar pelo interior para encontrarmos de novo água: o esteiro de Veiros, junto à Igreja e cemitério, dispondo de um parque de merendas onde aproveitei para “matar o bicho”.

A entrada em terras murtoseiras foram pelos passadiços que me levaram a um baloiço monumental virado para a Ria – Cais da Cambeia (estão na moda). Sempre em terra batida e colado às águas desta formosa Ria, cheguei ao Bico, lugar aprazível e querido das autocaravanas.

No regresso, fui por Veiros, utilizando a estrada velha (em alcatrão) e, em Estarreja, retomei o estradão que me levou até Salreu e daqui, ao longo da linha da CP, fui até Canelas, desviando-me com uma bela subida, até Fermelã. Daqui e por estradões esburacados, fui até Angeja. Não me deixei seduzir por sereias que me convidavam para comer uma sande de leitão e depressa cheguei às terras da Condessa que me levaram até ao estádio de futebol do Beira-Mar onde, por coincidência, nessa mesma noite, a selecção portuguesa iria jogar contra a Irlanda.

No meio do percurso, um encontro com equídeos que, desta vez, não quiseram conversa. E depois, o costume, lavagem da senhorita (que está em plena forma) numa estação de serviço e regresso a casa.

Quanto aos senãos deste percurso, serão tema de um próximo “Reparos”, pois encontrei um BioRia à deriva com caminhos maltratados.

Baixo Vouga Lagunar (Foto partilhada por António Garcia no Facebook).

* https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9

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