Há dias assim: Pelo Vale Mágico de Vale de Cambra

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Percurso do "Vale Mágico" (Foto de António Garcia).

O percurso da linha de água merece ser desvendado, não somente pelo poço do Pisão, mas também pelas margens estreitas e esguias do Caima, pela levada de Santa Cruz que nos guia até à barragem de Burgães ou barragem do Eng. Duarte Pacheco e pelas lindas paisagens que dele se deslumbram.

Por António Garcia *

Tempo maravilhoso para caminhar e sentir a magia que este Vale, dito mágico, nos dá. Terras de Vale de Cambra, um concelho que não deixa por mãos alheias o cuidado dos trilhos e sua sinalética. Parabéns à autarquia !

Em boa companhia (como sempre), desta vez com os caminheiros de Hike Land, fomos andando pelo trilho Vale Mágico, com alguns cortes improvisados que nos levou para um fora de pista onde pudemos emergir a nossa adrenalina e desfrutar de visões paisagísticas deslumbrantes.

Efectivamente, este percurso do Vale Mágico só com o fora de pista é que merece ser percorrido por caminheiros experimentados e exigentes. Para isso é preciso escolher o bom guia. Neste caso de figura, tínhamo-lo na pessoa de Quirino, o homem do chá (e que tal diversificar os chás ?). Para isso é preciso escolher o trilho « linha de água » que está pouco ou nada assinalado.

O rio Caima e seus pequenos afluentes obrigaram-nos a pôr à prova a nossa agilidade e elasticidade, por trilhos sobranceiros ao leito de água que nesta época nos mostra as suas intimidades cristalinas. Não era dia de banhos, mas as piscinas naturais bem nos convidavam para um mergulho que ninguém ousou.

O percurso da linha de água merece ser desvendado, não somente pelo poço do Pisão, mas também pelas margens estreitas e esguias do Caima, pela levada de Santa Cruz que nos guia até à barragem de Burgães ou barragem do Eng. Duarte Pacheco e pelas lindas paisagens que dele se deslumbram.

Os quase 13km só ergueram dificuldade no caminho para uma das «Aldeias de Portugal » : Trebilhadouro. Totalmente recuperada para o turismo rural, falta-lhe alma, falta-lhe vida, embora a sua recuperação tenha respeitado o timbre inicial de um passado remoto. E a chuva anunciada ausentou-se lá para o lado da Serra da Freita que nos protegeu com o seu manto majestoso.

Quanto às gravuras rupestres, nada de especial para vestígios em que os milhões de anos se contam : meias abandonadas, quase despercebidas…

* Trabalhou como director – responsável de sector social & cultural. https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9

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