Este percurso não existe em nenhum manual de pedestrianismo. São as minhas numerosas viagens em BTT que me levaram a conhecer. E até a inventar em função do tempo, neste labirinto maravilhosamente belo e que as garças apadrinharam.
Por António Garcia *
Uma caminhada fácil, moderada pelos 19 km realizados, entre as Barrocas (Canal de S. Roque – Aveiro) até à estação da CP de Canelas (concelho de Estarreja).
Há muito que as pernas não tinham devorado tal distância. E foi possível num trajecto circular com a ajuda do comboio, tendo o Baixo Vouga Lagunar como terreno desta aventura.
Os passadiços de Esgueira, bem povoados, tanto de pessoas como de patos, levaram-nos até Vilarinho, onde o açude provisório pertencente à fábrica de Cacia, nos ajudou a passar para a margem direita do Rio Vouga, aqui chamado o Rio Novo do Príncipe.
Antes, porém, um caldo verde refez forças, numa esplanada simpática e de boa vista, no remate dos passadiços.
Depois e logo à esquerda, seguimos o percurso final do Rio Velho (na realidade, o percurso original do Rio Vouga), onde a natureza nos ofereceu um mundo pleno de amoras, com vista excepcional para a grandeza do Baixo Vouga Lagunar.
Com um bocado de ginástica, alcançámos terreno privado que acompanha este rio e nos leva a um portão que está sempre… fechado. É um espaço de cavalos que tinham mudado de casa. E nós saltámos o portão com gestos de uma infância ainda por esquecer.
Continuando a seguir um dos braços do Rio Velho que forma uma espécie de delta ao chegar à sua foz, encontrámos a estrada-caminho conhecida pela “estrada da CEE”. À esquerda fomos até ao que resta do dique, construído para proteger as terras agrícolas da água salgado (obras que em 1998 foram interrompidas por razões ecológicas, previstas para recomeçarem brevemente).
Aqui foi piquenique com uma vista única: S. Jacinto, Torreira, Murtosa com o seu Bico, Estarreja, enfim, todas as terras ribeirinhas que do lado da margem direita deste Baixo Vouga Lagunar, se avistavam.
Após retomarmos forças, seguimos ao longo do dique até uma comporta por onde passa um PR local. Continuámos pelo caminho de Fermelã para encontrarmos a bifurcação da foz do Rio Antuã, o esteiro de Salreu e o de Canelas. E foi pela margem esquerda deste que chegámos ao que eu chamo a maior rotunda do BIORIA e, provavelmente do Baixo Vouga Lagunar. Um pequeno parque de merendas ofertou-nos o lanche antes de chegarmos à estação da CP de Canelas, onde o suburbano (Porto/Aveiro) nos deu boleia até Aveiro.
Este percurso não existe em nenhum manual de pedestrianismo. São as minhas numerosas viagens em BTT que me levaram a conhecer. E até a inventar em função do tempo, neste labirinto maravilhosamente belo e que as garças apadrinharam.
Uns senãos, sobre a manutenção destes caminhos e percursos: a sinalética do BIORIA está-se a esvoaçar, o parque de merendas assinalado, está uma miséria, alguns caminhos estão intragáveis anunciando Invernos impraticáveis.
Na realidade, esta Câmara, a de Estarreja, não é diferente das outras: é incrível como a mentalidade dos edis se parece do norte ao sul de Portugal ligando-se por um terceiro-mundista pouco reluzente.
* Trabalhou como director – responsável de sector social & cultural. https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9
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