Desejada há muito tempo, anunciada recentemente, eis-me finalmente num percurso que une Viseu a Aveiro. Mas, desta vez, a minha “moçoila” fez-se rogada e complicou o projecto múltiplas vezes desenhado. Vamos então aos factos que, desta vez, me fizeram perder a minha “veia” poética. Ficou-me a narrativa.
Por António Garcia *
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A ecopista do Vouga seduziu-me num dia de Verão que o tronco nu não seria impúdico… mas não ousei! A partida de uma referência quase inexistente da antiga estação CP de Viseu, levou-me por passeios onde pintaram umas linhas paralelas em guisa de pista. Mas Viseu já nos habituou a descuidos destes que se consolidam numa ecopista todo terreno onde não faltam os gravilhões já com formas de calhaus. Mas temos paisagem e alguma sombra que nos aliciam e protegem.
A aposta seria fotografar todas as ex-estações deste saudoso Vouguinha. Pela frente teria mais ou menos 100km se conseguisse chegar às Barrocas de Aveiro. Mas um inesperado furo, antes de chegar a S. Pedro do Sul, atrasou-me o expediente e mudou-me os projectos. Após muita hesitação e já depois da reparação, resolvi enfrentar o caminho sem câmara sobresselente.
Desta vez a moçoila colaborou e levou-me até Sernada do Vouga. Mas foi um andar pouco profícuo no aproveitar da paisagem. Mesmo assim, continuo a me deliciar com o espaço S. Pedro do Sul-Vouzela, tanto no piso como na paisagem. E as obras de arte que nos fazem passar os rios e vales, são impressionantes de engenharia.
Para Oliveira de Frades não há nada de especial a assinalar, embora Pinheiro de Lafões mereça uma paragem (onde costumo fazer o meu piquenique) debaixo da ponte, junto à igreja matriz. Temos de andar mais quilómetros e depois de passar Nespereira, para admirarmos algumas antigas estações em excelente estado: Arcozelo das Maias, Ribeiradio, Cedrim, Paradela, todas estas últimas no espaço de Sever de Vouga onde reencontramos uma ecopista com um excelente piso.
A monumental ponte em Pessegueiro do Vouga continua a extasiar-me de tal forma ela é impressionante. Depois foi chegar a Sernada do Vouga onde resolvi pôr termo à aventura e esperar pacientemente pela boleia do Vouguinha que me levou até Aveiro. Com 83km nas rodas e sem câmara sobresselente, não quis arriscar. Nesta antiga estação há um bar/restaurante com pessoas muito gentis e disponíveis. Obrigado por me terem ajudado a regressar à civilização, facilitando o carregamento do meu telemóvel que, entretanto, se tinha posto em repouso (como é possível estarmos assim amarrados/dependentes a um tal objecto?).
Mas o percurso que nos leva de Sernada do Vouga até Aveiro, não fica esquecido. Para uma próxima vez… talvez!
* https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9
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