Aquilo que devia ser um passeio simples e sem dificuldade aparente, virou-se num pequeno pesadelo, cujo masoquismo dos participantes transformou-o em pura adrenalina. Mesmo se para isso fosse necessário subir o monte com a BTT às costas.
Por António Garcia *
Com sobrinhos a fazerem sombra, partimos de Estarreja em direcção ao BioRia pelo parque da cidade e logo na rotunda do hospital embrenhámos por uma pequena rua em alcatrão que nos levou até ao sopé de Salreu.
Passada a ponte da CP, seguimos por um caminho ao longo da linha de caminho de ferro e, antes de chegarmos em frente ao apeadeiro de Canelas, bifurcámos para o interior do Bocage canelense até à grande rotunda onde as comportas guardam o lençol de água permanente do esteiro de Canelas.
Daí seguimos pelo caminho da Casa dos Primos até ao Caminho de Fermelã.
Ao chegarmos à linha da CP, cortámos à direita em direcção de Cacia. Chegámos a um cruzamento e optámos pelo caminho não assinalado, passando por debaixo da linha do caminho de ferro.
Depois, direcção a Angeja onde chegámos após o túnel que passa por debaixo da auto-estrada.
Em Angeja, apanhámos o caminho dito «das caravanas», ao longo da entrada da auto-estrada. Caminho em perfeito mau estado, com uma subida de língua de fora. À esquerda passámos pela ponte por cima da A25, em direcção de Fermelã, ao longo do caminho de serviço da AE.
Enveredámos por um estradão que nos levou, num ritmo desenfreado (o meu ponteiro assinalou os 60 km/h), até à Igreja de Fermelã. Logo a seguir cortámos à esquerda para subir a inclinadíssima ladeira da Rua da Ventosa. Lá cima, ainda à esquerda por rua sem saída, mas com uma saída de estradão que nos levou para as profundezas do pinhal. Depois foi subir até apanharmos de novo o tal caminho de serviço da AE.
Aqui começámos a procurar meio de ir até Estarreja. Passámos por debaixo de AE e cortámos à esquerda em direcção ao Norte (começa aqui a primeira asneira). Após uns altos e baixo concluídos com uma enorme descida cujas pedras soltas levaram um do grupo ao chão, seguimos o estradão que se desdobra em trilho e este em nada.
Lá fomos nós pelo pinhal acima, em forma de corta-mato com as máquinas às costas. Após redobrados esforços (há quem já não tenha idade para estas andanças) encontrámos um estradão que nos levou à estrada secundária que vem de Albergaria-à-Velha e vai até ao Rochico (escrito também Roxico), em Fermelã. Como era sempre a descer, deixámos as máquinas embalarem sozinhas. Passada a 109, regresso ao esteiro de Canelas com uma paragem para comer uma bifana, num sítio onde as normas de segurança sobre a Covid-19 eram inexistentes. Enfim… e depois admiram-se !
O regresso pelo esteiro de Estarreja, onde todos os três têm histórias de família, até à estação da CP desta cidade. Subimos a avenida Visconde Salreu e num pulo estávamos em casa.
Não foi muito poética a viagem, mas o suficiente para fazermos 33 km (só ?) e termos vivido algumas histórias para contar aos netos (os que ainda não têm, esperam).
* Trabalhou como director – responsável de sector social & cultural.