Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) conseguiram “num só projeto, produzir combustíveis renováveis, usar um método limpo que faz uso da cortiça (renovável) e, para além disso, retirar dióxido de carbono da atmosfera”.
O projeto H2Cork tem como objetivo “a produção de combustíveis renováveis, mais concretamente, o hidrogénio”.
A investigação é desenvolvida pelo CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro e Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica, em parceria com o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e o PROcédés, Matériaux et Énergie Solaire (PROMES), em França.
De acordo com o comunicado da UA, a equipa de investigadores criou um material, ecocerâmicas de cério à base de cortiça, que foi utilizado como catalisador para a separação do dióxido de carbono utilizando apenas luz solar concentrada.
As ecocerâmicas apresentam uma estrutura alveolar que replica a estrutura da cortiça que serve de molde. A cortiça é sujeita a pirólise, ou seja, decomposição através de alta temperatura e ausência de oxigénio, formando-se uma estrutura de carbono que é posteriormente infiltrada com uma solução cerâmica gerando, após um ciclo térmico, um catalisador cerâmico de óxido de cério (CeO2).
Segundo a UA, este material extremamente leve e poroso pode então ser utilizado como catalisador para a produção de combustíveis renováveis através da ação do sol (que promove a redução da cério a temperaturas próximas de 1400 ºC, só possível em equipamentos especiais, como o do PROMES). A posterior oxidação deste material, que pode ser obtida pela injeção de CO2, permite separar o CO2 em monóxido de carbono e oxigénio, os quais podem ser usados para a produção de combustíveis renováveis.
No caso da injeção com vapor de água, este método permite obter hidrogénio e oxigénio, sendo o hidrogénio, como se sabe, um combustível renovável. O estudo para a obtenção de hidrogénio