Oito anos de liderança sob o governo de António Costa trouxeram consigo uma série de desafios e resultados que merecem uma análise crítica e reflexiva.
Por Diogo Fernandes Sousa *
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A trajetória do país foi marcada por um aumento significativo na carga fiscal, uma dívida pública recorde, desafios persistentes no setor da saúde e da educação, além de questões sociais e económicas aflitivas para as famílias.
Um dos pontos mais controversos durante este período foi, sem dúvida, a crescente carga fiscal que atingiu um pico superior a 36% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta marca histórica levanta questões sobre a sustentabilidade económica do país e a equidade das políticas fiscais adotadas.
Outro ponto de controvérsia económica é a crescente dívida pública, que ultrapassou a marca dos 276 mil milhões de euros, continuando a representar mais de 100% do PIB. Esta elevada dívida é motivo de preocupação, pois limita a capacidade do governo de investir em áreas essenciais e afeta a estabilidade económica do país a longo prazo.
Não obstante se falar muito de contas certas de Fernando Medina, continuamos a ser incapacidades de cobrir a nossa dívida pública mesmo que investíssemos toda a riqueza criada em Portugal num ano inteiro de produção.
Na área da saúde, os desafios são evidentes e o incumprimento das promessas também. Mais de 1,7 milhões de portugueses encontram-se sem médico de família e as listas de espera para consultas e cirurgias continuam em níveis alarmantes.
O Serviço Nacional de Saúde enfrenta, segundo o Ministro da Saúde, o pior mês da sua história e continuam a faltar garantias de que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade e de forma atempada.
A educação também não escapou ilesa. Greves constantes e a suposta falta de professores resultam numa educação interrupta para centenas de milhares de alunos do ensino público. Esta situação compromete não só o presente, mas também o futuro dos jovens e consequentemente o futuro da Segurança Social que das suas contribuições irá depender.
As Forças Armadas, por sua vez, enfrentam desafios quanto ao seu número de efetivos, com a proposta de abertura a indivíduos de outras nacionalidades, uma medida que suscita dúvidas quanto à sua conformidade com a Constituição da República Portuguesa.
A crise habitacional, outro ponto crítico. Observa-se um aumento do número de pessoas sem-abrigo e a sensação de insegurança em determinadas freguesias de Lisboa é indicador de uma crise que não pode ser ignorada.
Além disso, o governo de António Costa fica ainda marcado por escândalos que resultaram em várias demissões até atingirmos agora a sua própria demissão, o que constitui uma perda de credibilidade para os políticos e afeta a confiança pública onde se destaca a necessidade de muito maior transparência e responsabilização pelas ações dos governantes.
Retornando à economia, para finalizar, os níveis de poupança das famílias atingiram mínimos históricos, enquanto as despesas do governo com recursos humanos se foram elevando.
Em suma, o balanço dos oito anos de António Costa no poder é marcado por desafios significativos em diversas áreas. Embora se reconheçam algumas realizações, é imperativo abordar de forma eficaz os problemas persistentes que afetam a qualidade de vida dos portugueses, sendo que o futuro do país depende da capacidade do governo em enfrentar esses desafios com determinação e eficácia.
* Professor do Instituto Politécnico Jean Piaget.
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