“O Geoturismo deve ser definido como o turismo que sustenta e incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura, valores estéticos, património e o bem-estar dos seus residentes”.
Por Daniela Rocha *
Esta é a definição de Geoturismo, instituída na “Declaração de Arouca», que resultou do Congresso Internacional de Geoturismo, decorrido no Mosteiro de Arouca, no ano de 2011. Desde então, a “Declaração de Arouca” é referida, por todo o mundo, quando se abordam questões de Geoturismo, que apresenta um crescimento universal exponencial.
A AGA – Associação Geoparque Arouca, entidade gestora da chancela Arouca Geoparque Mundial da UNESCO, trabalha, desde a sua criação, em 2008, os três eixos principais de um geoparque (geoconservação, geoeducação e geoturismo), assente no seu património natural e cultural e envolvendo, em todas as suas ações, a comunidade local. Neste geoparque, reconhecido pela UNESCO, a ciência, educação, cultura e comunicação, alicerçados a uma estratégia de desenvolvimento sustentável, convergem para a
construção de um futuro mais sustentável.
Há 15 anos, Arouca ganhou uma nova identidade, no que ao turismo diz respeito, e iniciou um gratificante trabalho em torno do Geoturismo. Surgiu uma nova dinâmica territorial, sustentada num conceito holístico, que alia a preservação à valorização do património natural e cultural, integrando o envolvimento entre os residentes e os visitantes/ turistas. A AGA potenciou a criação de novas parcerias, o desenvolvimento de programas educativos, a preservação do património, a conservação da natureza, a implementação de projetos, a dinamização de ações de capacitação, o incentivo à criação de novos produtos e serviços, a valorização de geossítios e a edição de publicações, que permitiu a afirmação do Arouca Geopark no contexto global e incutiu o sentido de pertença na população.
Ao nível da dinâmica económica territorial, regista-se o aumento de postos de trabalho, diretos e indiretos, com repercussões em diversos setores, desde à agricultura ao comércio e à indústria. O aumento considerável do número de agentes de animação turística, de unidades de alojamento e de restauração, que inovaram e diversificaram os seus serviços, bem como os artesãos que criaram novos produtos, atraíram novos públicos e investimentos e comprovam o notável percurso que tem sido desenvolvido.
Os inúmeros prémios arrecadados, de que são exemplo os World Travel Awards ou a certificação de Destino Sustentável com grau ouro pela Green Destinations, têm reforçado a notoriedade e impulsionado Arouca para um posicionamento distintivo e alcançado novos mercados.
Neste contexto, verifica-se um significativo crescimento do turismo internacional no Arouca Geopark, promovendo o aumento da estada média e a redução da taxa de sazonalidade.
O trabalho realizado pela AGA, associados e parceiros tem contribuído para que este sub-destino do Porto e Norte de Portugal apresente uma oferta de experiência únicas, com elevados padrões de qualidade e de sustentabilidade. É este percurso geracional e exigente, fundamentado na valorização dos recursos endógenos, que impõe responsabilidade e empenho contínuo. O futuro conta com o envolvimento e dedicação de todos, para que o Arouca Geopark continue a afirmar-se como um destino diferenciador, baseado na qualidade da experiência turística e na sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica do território.
* Coordenadora Executiva da AGA – Associação Geoparque Arouca. Artigo publicado originalmente na revista Encontros (AECA).
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