Futebol: Adeptos do clube

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Feirense - Mafra (2ª Liga).
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Seria de pensar que após o diferendo ocorrido no Belenenses entre clube e SAD fosse existir algum cuidado no tratamento de relações entre estas sociedades e os clubes onde fizeram investimentos, contudo olhamos para a situação do Feirense e percebemos que para o mesmo lado se encaminha.

Por Diogo Fernandes Sousa *

Existe um diferendo concreto que opõe, em Santa Maria da Feira, clube e SAD, estando inclusivamente já em tribunal para se obter uma resolução, que se espera definitiva, contudo há dois motivos para o atraso que se verifica.

Se, por um lado, meteram-se no meio do processo as férias judiciais que se prolongam até 31 de agosto, por outro lado existe uma questão muito pertinente da greve dos funcionários judiciais que está a adiar imensos processos e leituras de sentença. Estamos perante o início da nova época desportiva e existem constrangimentos para o futebol profissional em Santa Maria da Feira porque o plantel principal e o plantel júnior do Clube Desportivo Feirense não podem utilizar as instalações do Estádio Marcolino de Castro, nem podem utilizar o Complexo Desportivo ou o autocarro do clube.

Perante este processo em curso, os representantes do clube realizaram várias assembleias com os sócios e procuraram negociar a recompra da SAD, contudo os valores exigidos pelos representantes da Sociedade Anónima Desportiva foram incomportáveis. Muito se poderia dizer acerca do valor pedido que é claramente excessivo para os objetivos e investimento que o clube assume neste momento, uma vez que se encontra na segunda liga e não se prevê intenções de procurar voltar a subir à primeira liga, contudo o que quero destacar é a posição intransigente da SAD que aparentemente recusa vender a sua posição de volta ao clube.

A grande consequência do processo é a equipa andar de “casa às costas” porque não teve um local para treinar de forma definitiva durante a pré-época e agora encontra-se a treinar num relvado sintético, pelo que pode demonstrar falta de adaptação ao jogar no relvado natural que é obrigatório para clubes da segunda liga. Outro problema é o local onde vai realizar os jogos das competições profissionais, ou seja, o Estádio Carlos Osório da União Desportiva Oliveirense. Primeiro procuram “mascarar” a mudança de local de jogo afirmando que o relvado do Estádio Marcolino de Castro se encontra em recuperação quando toda gente sabe que a SAD está proibida de o utilizar.

Seguidamente selecionam o estádio daquele que é, neste momento, o maior rival local do clube e que se encontra a disputar a mesma competição. Finalmente, esperam que os sócios e simpatizantes façam uma deslocação de aproximadamente 17 quilómetros para ir ver o jogo da equipa quando o seu verdadeiro estádio fica no centro da cidade de Santa Maria da Feira e não obriga a qualquer deslocação de maior dos seus sócios.

Concluindo, escrevendo em particular para os sócios e simpatizantes do Clube Desportivo Feirense, não se desloquem a Oliveira de Azeméis pois temos de mostrar uma frente unida em favor do clube. Em alternativa, apoiem a nossa equipa de ciclismo na Volta a Portugal que muita alegria nos estão a dar.

* Professor do Ensino Básico e Secundário.

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