Três homens residentes no Grande Porto confessaram, esta terça-feira, no Tribunal de Aveiro, a autoria de um furto do interior de viatura ocorrido no parque de estacionamento de um restaurante de Anadia.
O dono do automóvel usado no assalto, que integrava o grupo, assumiu, também, que tinha alterado as matrículas “com um marcador” na tentativa de não ser identificado pelas polícias no trajeto, respondendo, assim, igualmente, por falsificação.
A atuação do trio ficou registada pelas câmaras de segurança, o que levou a GNR não só a chegar ao seu encontro como a encontrar indícios de envolvimento em três centenas de outros furtos do género.
O modus operandi dos acusados, todos de 27 anos, passava por circular ao longo da EN 1 e assaltar veículos estacionados nos restaurantes à hora de refeições, fazendo seus os bens que encontrassem.
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No caso do furto ocorrido num restaurante de Anadia, em 2019, os assaltantes levaram do carro de serviço de uma brigada da Inspeção do Ambiente, uma carteira com documentos, um computador portáteis e umas chaves. A carteira seria abandonada no regresso, na zona de Águeda. O computador portátil, que tinha informação sigilosa de atividades inspetivas, “foi vendido e o dinheiro dividido pelos três”, contou no julgamento o arguido proprietário da viatura usada no assalto.
“Foi uma fase impensável, estou arrependido dos factos, foi uma estupidez. Não posso mentir, porque os factos são esclarecedores”, declarou o arguido, operário fabril, justificando os assaltos porque à data estava desempregado e tinha companheira e irmã ao seu encargo. Informou, ainda, o tribunal que hoje em dia “tem a vida organizada e filhos para cuidar”.
Os dois cúmplices do furto só não assumiram a falsificação das matrículas e também mostraram-se arrependidos. Todos os três têm antecedentes criminal, mas encontram-se inseridos social e laboralmente.
Grupo “fez modo de vida a furtar e vender”
A Procuradora do Ministério Público pediu a condenação a penas de prisão, embora suspensas, pesando o cadastro de cada na medida em concreto. A magistrada referiu que o resultado das buscas domiciliárias (apreensão de inúmeros telemóveis e computadores) provam que o grupo “fez modo de vida a furtar e vender”. Ainda assim, considerou que, atendendo ao tempo que passou dos factos e a vida que levam hoje em dia “ainda torna possível dar ao tribunal uma oportunidade” para evitarem cumprir tempo de cadeia, embora sujeitos a obrigações.
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