‘Folar da Páscoa’ de Vale de Ílhavo garantido nos mercados de Aveiro / ‘Pão de ló de Ovar’ só para consumo local

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Folares de Vale de Ílhavo.
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Apesar de todas as condicionantes extraordinárias de saúde pública em vigor, a pandemia do Covid-19 não apagou os fornos caseiros, cumprindo-se a tradição, ainda que limitada a encomendas de folares da Páscoa de Vale de Ílhavo, embora “bem menos do que era normal” e sem aglomeração de gente ao balcão.

“Ânimo por estes dias? Isto está ruim, muito complicado”. Lurdes Silva, uma das padeiras de Vale de Ílhavo, conhecidas pelas suas padas e folares típicos, não se recorda “de uma Páscoa assim” ao longo de quase três décadas de ‘mão na massa’.

Os ‘folares da Páscoa’ estarão à venda nos mercados de Aveiro (Manuel Firmino e Santiago) até sábado. E há um esforço para fazer entregas porta a porta, na medida do possível.

As padeiras estão a fazer entregas em pontos de venda ou a colocar carrinhas estacionadas no mercado de Ílhavo para fazer entregas de encomendas.

Com as limitações em vigor durante a quadra pascal de circulação para fora do concelho de residência, perdem-se os clientes que vinham de fora, de propósito. “Não sabemos se as pessoas conseguem passar”, avisa Celeste Silva, que gere a padaria com a mãe.

“Estamos a trabalhar sob encomendas, reduzimos o horário, só pode entrar uma pessoa. São serviços mínimos. Não tem nada a ver com o que é habitual na Páscoa, mas estamos a fazer um esforço para manter a tradição”, acrescentou.

Os preços dos folares na padaria Lurdes Silva “são os mesmos”, variando entre 2,50 e o “maior, de seis ovos e dois quilos”, que fica por 15 euros.

“Não vai faltar pão de ló de Ovar no nosso município”

Pão de ló de Ovar.

A Norte, as casas de ‘pão de ló de Ovar’, que são essencialmente pequenas confeitarias, também sofreram um forte abalo na produção que, em situação normal, teria na Páscoa um dos seus ‘picos’ de rendimento.

O concelho encontra-se sob estado de calamidade e envolto em ‘cerca sanitária’ devido ao surto de Covid-19, que impede entradas e saídas.

A Câmara local veio clarificar que as empresas de bens alimentares figuram entre as exceções para produzir e escoar os seus produtos, mas na prática persistem alguns dos obstáculos, que podem ser intransponíveis, para chegar aos clientes de fora, e vice-versa.

Rui Catalão, que esteve no lançamento da Associação de Produtores de Pão-de-Ló de Ovar (APPO), criada para garantir o estatuto de “identificação geográfica protegida” do doce típico da cidade vareira, transmitiu uma mensagem de otimismo.

“Estamos conscientes da gravidade da situação, o pão de ló vai fazer-se, toda a população terá o seu doce à mesa, faremos com muito carinho, mas não é possível com o confinamento vender-se para fora, como é costume. De momento é o possível”, disse.

A associação do sector representa 12 fabricantes certificados, mas as casas com pão de ló típico são mais. Com o estado de emergência, as confeitarias ficaram praticamente impedidas de vender para fora do concelho (responsável pelo grosso da produção), com reflexos na encomendas, especialmente as que deveriam seguir durante a época da Páscoa.

Só a Páscoa alivia queda no consumo dos ovos moles de Aveiro

Com as pastelarias encerradas devido à pandemia, o consumo de ovos moles caiu, mas a Páscoa tem aproximado dos valores habituais as vendas nos supermercados, refere uma notícia da Agência Lusa.

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