Não se pretende aqui exprimir opiniões positivas ou negativas sobre a aplicação do avião Loockheed C130 Hercules no combate aos incêndios florestais.
Por António Nunes *
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Pretende-se apenas, fatualmente e de modo muito pragmático, fazer um apelo à memória e, também, constatar a atualidade.
O norte-americano C130, aparelho verdadeiramente icónico para a história da aviação universal, parece agora ter sido redescoberto para o combate aos incêndios florestais no nosso país, depois de ter sido “diabolizado” para essa missão durante vários anos.
O C130 tem uma história longa que remota a 1952 e, em Portugal, a 1977, quando foram obtidos para a Força Aérea seis aparelhos com as missões específicas de transporte tático e busca e salvamento.
Entretanto, conta-nos a história que foram instalados nos C130 equipamentos próprios e movíveis para o combate aos incêndios florestais. A sua utilização manteve-se até final do século passado, altura em que foi suspensa por falta de solicitação. Depois, entre 2009 e 2013, a Força Aérea procedeu à alienação dos equipamentos.
Tudo ficou esquecido, até há dias com o anúncio de que poderão ser afinal aproveitados dois aparelhos para a missão que já antes desempenharam. Fica a convicção de que no passado nos demos ao luxo de dispensar esses meios para agora os reaproveitar. Limitamo-nos a constatar que o que no passado já não servia, agora volta a poder servir. Independentemente da troca de razões que isso possa provocar, como aconteceu no passado.
O que fica para a história é que os C130 estão na Força Aérea há 47 anos e que, em diferentes circunstâncias, nomeadamente humanitárias, serviram para levar apoio aos Açores, à Madeira, à Bósnia, ao Ruanda, a Timor, ao Egipto, ao Haiti, à Islândia, ao Mali e ao Kosovo, entre outros países.
* Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
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