Um mecânico atualmente preso por furtos, residente na zona de Guimarães, negou a prática de crimes de falsificação de documentos e abuso de confiança que lhe são imputados no aluguer de viaturas num concessionário de Aveiro.
O processo remonta a 2010, quando, segundo a acusação, o arguido alugou um veículo ligeiro de passageiros e uma carrinha de mercadorias também ligeira, fazendo-se passar por sócio gerente de uma empresa de transportes e entregou cheques de caução.
Ao final do primeiro mês, e mantendo as viaturas na sua posse, não só não pagou o aluguer como pediu mais trinta dias, levantando suspeitas à concessionária, que viriam a ser confirmadas.
A empresa de transportes desconhecia o suposto sócio gerente, bem como os contratos em causa.
O mecânico nunca mais entregou os veículos e os cheques da caução vieram devolvidos. Uma das viaturas foi apanhada em imagens de videovigilância de uma gasolineira onde o condutor abasteceu e fugiu. Está também referenciada por passar em portagens de autoestradas sem pagar.
O arguido, que esteve vários anos contumaz, cumpre atualmente pena por furtos de auto rádios mas tem outro emprocessos pendentes.
No início do mais recente julgamento, pelos factos envolvendo o concessionário em Aveiro, assumiu que assinou os contratos de aluguer, mas não falsificou documentos.
Na versão apresentada, trabalhava como sócio gerente de uma firma de transportes que estava a ser montada por um empresário do ramo em Oliveira do Bairro. Desligar-se-ia da atividade ao fim de um mês, porque, alegadamente, não recebeu ordenado. Justificou o pedido para mais tempo de aluguer porque andava a trabalhar para o mesmo empresário na montagem de equipamentos de tv por cabo.
Além dos alugueres não pagos (cerca de dois mil euros), a marca de viaturas lesada ficou sem um dos veículos no valor de 18 mil euros, até hoje com destino desconhecido. A outra foi recuperada pela PSP, embora danificada e com matrículas falsas.