Na sexta-feira, 5 de novembro, conquistou-se mais um direito, o direito de morrer com dignidade. Só a pessoa que está em profundo sofrimento e/ou com uma doença em fase terminal ou incurável é que sabe o que está a sentir e a passar.
Por Nuno Alexandre *
Desde há muitos anos para cá ouvimos falar da eutanásia. Portugal deu este ano um grande passo.
Em janeiro deste ano a Eutanásia foi pela primeira vez aprovada na Assembleia da República, mas o documento foi vetado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois do Tribunal Constitucional ter declarado que o documento era inconstitucional.
Após algumas alterações ao documento, a despenalização da eutanásia voltou a ser discutida no parlamento e foi aprovada novamente.
O documento foi aprovado com os votos a favor de uma grande parte da bancada do Partido Socialista (PS); foi aprovado pelo Bloco de Esquerda (BE); Iniciativa Liberal (IL); Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV); pelo Pessoas Animais Natureza (PAN) e por 13 deputados do Partido Social Democrata (PSD). Abstiveram-se 2 deputados do Partido Socialista (PS) e 3 deputados do Partido Social Democrata (PSD) e votaram contra 62 deputados do Partido Social Democrata (PSD); o Centro Democrático e Social (CDS-PP); o Chega (CH) e o Partido Comunista Português (PCP).
Caso o Presidente da República promulgue o documento, Portugal irá ser o sétimo país a nível mundial e quarto na Europa a aprovar a eutanásia.
Na sexta-feira, 5 de novembro, conquistou-se mais um direito, o direito de morrer com dignidade. Só a pessoa que está em profundo sofrimento e/ou com uma doença em fase terminal ou incurável é que sabe o que está a sentir e a passar.
A Igreja Católica, que se acha dona da decência e da moral, mas que de moral não tem nada, veio novamente a público afirmar-se contra a eutanásia.
Na minha opinião as pessoas que fazem parte daquele atrasado e conservador sistema patriarcal da igreja católica, os senhores padres, bispos etc., deveriam perceber de uma vez por todas que não têm o direito de prolongar o sofrimento do doente aliás ninguém tem o direito de prolongar o sofrimento de um doente que se encontra muito mal. Como disse, só o doente é que sabe o que sofre e o que passa não são os padres, não são os bispos, não são as outras pessoas que sabem.
Numa sondagem realizada em 2017 pelo jornal Expresso é possível afirmar que a maioria dos inquiridos é a favor da despenalização da eutanásia.
Espero sinceramente que o documento seja promulgado pelo Presidente da República tal como espero que ele respeite a decisão tomada no parlamento.
Em Portugal conquistou-se mais um direito e fez-se mais uma evolução!
* Ativista e estudante do ensino secundário, Aveiro.
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