Miguel Viegas, Euroedeputado do PCP, esteve ontem reunido com trabalhadores da Órbita-Miralagos, empresa de Águeda que deixou de pagar salários, deixando um apelo para a importância da viabilização da atividade.
A maioria dos trabalhadores foi obrigada a rescindir os seus contratos de trabalho. A situação precipitou-se depois de a EMEL ter ‘rasgado’ o contrato de 25 milhões de euros relativo às bicicletas elétricas “Gira”, reclamando ainda uma indemnização de 4,6 milhões de euros por alegado incumprimento.
Em comunicado, o deputado comunista no Parlamento Europeu considera que “esta situação é inconcebível.”
“Num momento em que todas as políticas europeias e nacionais apontam para a necessidade de novas políticas de mobilidade orientadas para a promoção do uso da bicicleta, Portugal e a região de Aveiro arriscam-se a perder uma marca emblemática portuguesa e um dos maiores fabricantes”, alerta Miguel Viegas.
Está em risco “um significativo polo de desenvolvimento e mão-de-obra qualificada para um setor com enormes tradições na região e simultaneamente com enormes potencialidades de desenvolvimento futuro.”
O eurodeputado anuncia que o PCP “irá apelar” junto do Governo e da Assembleia da República, mas também ao nível da CIRA (comunidade intermunicipal) e da autarquia “para a necessidade de usar todos os instrumentos de apoio disponíveis para se encontrar uma solução para a empresa e intermediar ao mesmo tempo o diferendo com a empresa municipal lisboeta EMEL.”
A Órbita foi fundada em 1971. Chegou a ganhar dimensão internacional, exportando para toda a Europa, mas também para Angola, Moçambique, Argélia e Marrocos, chegando a ganhar um contrato de milhares bicicletas para a rede de bicicletas partilhadas de Paris, em 2007.