Os estudos de geotecnia no Rossio “confirmam a possibilidade técnica de construção do estacionamento em cave, usando a técnica das paredes moldadas na contenção periférica como a mais fiável para garantir uma execução mais rápida e risco muito reduzido ao máximo tecnicamente possível.”
A Câmara de Aveiro fez um ponto da situação sobre o projeto de requalificação da zona que deseja ver transformada em praça ajardinada com estacionamento subterrâneo.
O Estudo Prévio hoje divulgado repõe espaços verdes retirados no concurso de ideias pela proposta vencedora.
Ribau Esteves assume sentir mais força para levar por diante a componente mais polémica (ler declarações abaixo).
A primeira versão do Estudo Prévio do Rossio está sujeita a audição pública, com diferentes ações e suportes promovidos pela Câmara, ficando estabelecida como data limite para a receção de contributos, o dia 25 de janeiro.
Quanto ao tráfego e procura de estacionamento, os resultados também confirmam a necessidade da oferta de estacionamento automóvel no Rossio e a redução do tráfego nas ruas adjacentes ao Rossio em cerca de 40%”.
O que “vai ocorrer com uma gestão de tráfego mais condicionada, nomeadamente pelo sentido único entre as ‘Pontes’ e o Rossio”, informa a Câmara.
A prospeção arqueológica “confirmou a presença das fundações da Capela de São João (do século XVII), tendo sido terminados os trabalhos necessários para esta fase de projeto” no âmbito do estudo prévio para a requalificação do Rossio.
Segundo a nota de imprensa, a Direção Regional da Cultura do Centro (DRCC) solicitou, na altura, a suspensão dos trabalhos “por discordar de alguns dos métodos de prospeção utilizados pelo arqueólogo responsável”.
“O arqueólogo em causa apresentou, em devido tempo, o relatório solicitado”, justificando os métodos utilizados e o estado do achado. “Não havendo mais trabalhos a realizar, o achado vai ser agora tapado para sua proteção com tela geotêxtil, até ao início da sua reabilitação aquando das obras do Rossio”, explica a edilidade.
Ao nível das infraestruturas várias, foram realizados vários estudos de caracterização e o levantamento de necessidades de outras “atualmente inexistentes”.
Estão assumidas operações de remodelação total da rede de iluminação pública, da rede de águas pluviais, a construção de uma nova estação elevatória de águas residuais e a construção de um novo parque infantil com duas zonas distintas.
No que respeita a novas infraestruturas, é assumida a construção da rede de distribuição de energia para carregamento de motores elétricos de embarcações (nomeadamente de moliceiros), da bateria de sanitários públicos a instalar no parque de estacionamento em cave, e de um bar-esplanada”, adianta o comunicado.
Estudo Prévio aumenta zona verde ‘cortada’ no concurso de ideias
Comparação entre as áreas de diferentes tipologias de ocupação do solo, na zona de intervenção do projeto, nas situações do Existente (Ex), do Concurso de Ideias (CI) e do Estudo Prévio do Projeto (EPP)
a) Área reservada a automóveis:
Ex-» 9.036 m2; CI-» 5.435 m2; EPP-» 4.332 m2
(o EPP tem menos 4.704 m2 do que o existente; redução de 52%);
b) Área pedonal junto aos edifícios:
Ex-» 1.272 m2; CI-» 2.533 m2; EPP-» 2.929 m2
(o EPP tem mais 1.657 m2 do que o existente; aumento de 130%);
c) Área pedonal junto ao Canal:
Ex-» 2.457 m2; CI-» 2.579 m2; EPP-» 2.637 m2
(o EPP tem mais 180 m2 do que o existente; aumento de 7%);
d) Área pedonal central para eventos:
Ex-» 2.127 m2; CI-» 8.239 m2; EPP-» 3.471 m2
(o EPP tem mais 1.344 m2 do que o existente; aumento de 63%);
e) Áreas verdes:
Ex-» 6.405 m2; CI-» 2.247 m2; EPP-» 6.874 m2
(o EPP tem mais 469 m2 do que o existente; aumento de 7%);
f) Árvores:
Ex-» 101; CI-» 78; EPP-» 120
(o EPP tem mais 19 árvores do que o existente; aumento de 19%);
g) Estacionamento:
i. à superfície: Ex-» 123; CI-» 0; EPP-» 14
ii. em cave: Ex-» 0; CI-» 300; EPP-»263.
O parque de estacionamento em cave, com capacidade para 263 lugares, terá luz e ventilação natural e acabamentos de qualidade
Com uma entrada do lado da Rua João Mendonça (no sentido do tráfego das “Pontes” para o Rossio) e uma entrada e saída do lado da Ponte de São João (alteração já decidida face ao proposto nesta primeira versão do Estudo Prévio do Projeto). Serão colocados avisadores de disponibilidade em cada uma das entradas na zona do Rossio, diminuindo o tráfego em circulação à procura de estacionamentos. Serão reservados lugares para Moradores, com uma política tarifária específica, e diferenciada dos utilizadores não residentes. Serão instalados postos de carregamento rápido de veículos elétricos.
O Estudo Prévio do Projeto do Rossio aponta para uma estimativa de custo da obra de cerca de 8,6 milhões de euros (+ IVA)
O financiamento será assegurado por um investidor privado como contrapartida da exploração do parque de estacionamento (será a maior parte do valor), que o Estudo Prévio confirma como técnica e financeiramente viável, assim como por Fundos Comunitários do Programa Regional Centro 2020, ao qual a CMA já apresentou candidatura no final de dezembro de 2018. O Estudo Prévio aponta para um prazo de execução de obra de 18 meses.
Memória descrita do Estudo Prévio do Rossio
“Opção política” de criar parque subterrâneo “está mais sólida do que estava” – Ribau Esteves
“Este projeto deve acabar à quarta versão, pela importância e expressão pública que lhe foi dada. Assumi o compromisso de expor e sujeitar a todos o estudo prévio. Já estão acolhidas propostas da própria Câmara, de cidadãos, da reflexão do projetista. Começa agora, com reuniões, envolvendo cidadãos e entidades interessadas, o debate da primeira versão, para acolhermos o que entendermos por bem e lançar o concurso da obra. Prevemos terminar este trabalho até a final do mês de março. Temos condição de lançar concurso em abril.
Tecnicamente a consistência dos solos e as soluções de engenharia permitem claramente, com sustentabilidade técnica e financeira, fazer o parque de estacionamento em cave. A opção política está mais sólida do que estava, claramente sim. Podemos tecnicamente, após os estudos realizados. E financeiramente é sustentável. Essas são as nossas conclusões. A opção política, que já estava indicativamente assumida, está mais sólida, sim. O debate está aberto, no final poderá mudar. Não está fechada, o que acontecerá na segunda versão do estudo prévio, aí sim acaba a conversa. A opção está mais sólida hoje do que no concurso de ideias.”
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