Entre os 12 objetivos centrais inscritos no Plano Estratégico para a Cultura (PEC), que vai continuar em debate e aberto a novos contributos até 26 de abril, figura “o desafio” de tornar Aveiro um grande polo de atração artística.
“Se quiser ter escala europeia, Aveiro tem de se assumir como a cidade que melhores condições dá aos artistas” incentivou Carlos Martins, da empresa Opium.
O gestor cultural que esteve à frente da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, foi contratado pelo município aveirense para colocar em marcha a nova estratégia do sector, traçada para 12 anos, que prevê também a elaboração da candidatura a Capital Europeia da Cultura de 2027.
A atual versão, a terceira, é a primeira pública e a última antes da final, que deve ser ‘fechada’, até maio, adiantou o presidente do município garantindo que “trata-se de um plano para partir imediatamente para a operacionalização”.
“A cultura tem um valor instrumental muito importante, estratégico”, vincou Ribau Esteves no comentário final. “Desde logo na lógica de sermos uma comunidade mais forte, temos de fortalecer a rede institucional, com mecanismos para sermos atrativos, aberta para receber contributos, ser mais forte e capaz”, explicou.
Do PEC, sublinhou ainda a proposta de “construção de uma agenda de eventos, alguns mais marcantes, para consumidores de cultura e turistas, para quem vem possa voltar.”
O edil anunciou empenho em “misturar o território urbano e os valores ambientais, a água e a Ria de Aveiro como episódio central”. A atividade cultural terá ainda “uma preocupação grande de coesão social, de procurar ter instrumentos para conquistar mais gente para a criação e o consumo”. Funcionando ainda como meio de Aveiro alcançar “maior presença na escala nacional e internacional”.
Ribau Esteves assumiu “o investimento” na rede de equipamentos culturais existentes, alguns dos quais encontram-se nas freguesias e carecem de obras há vários anos.
No tocante a grandes equipamentos, sublinhou o empenho na “conquista” da antiga fábrica Jerónimo Pereira Campos “um grande centro cultural e de congressos, retirando a Câmara” do espaço e ampliar o parque de feira “com um multiusos”.
“Cidade cultural e sustentável”
As propostas estratégicas “ambiciosas” foram traçadas após uma primeira audição dos agentes locais. Carlos Martins defendeu uma “cidade cultural aberta e sustentável” em que “mais do que aumentar o consumo, se deseja aumentar a produção, capacitação e qualificação dos que estão cá e atrair outros”. Com “investimento na educação artística, criativa, colocando a cultura no mesmo patamar”.
Para Aveiro, o gestor sugeriu ainda que se torne na “melhor em competências digitais, líderes”, constatando “enormes oportunidades” que não têm sido trabalhadas por outros municípios.
Na estratégia de reter talento, a Universidade de Aveiro tem “um papel central”, lembrou, vincando a necessidade de apostar na internacionalização “independentemente de ser Capital Europeia”.
Ao repensar as infraestruturas, a autarquia deve “criar mais espaços para a criação, não apenas auditórios mas laboratórios”, recomendou Carlos Martins. “De imediato”, pediu “pelo menos um centro de criação transdisciplinar, que até pode ser reabilitar um espaço industrial”.