Alberto Souto de Miranda contou, este domingo à tarde, com uma sala cheia de gente, incluindo antigos adversários políticos e partidários, na apresentação de dois livros com reflexões e outros escritos, um dos quais com um título ‘apimentado’: “Um futuro para Aveiro – 101 propostas”. O antigo presidente da Câmara afastou que tenha servido para o ‘tiro da partida’ de uma eventual ‘corrida’ para tentar regressar aos Paços de Concelho, onde cumpriu dois mandatos e foi travado na recandidatura ao terceiro na disputa com Élio Maia (PSD-CDS).
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Apesar de invectivado por um dos convidados (Álvaro Beleza, presidente da SEDES, que apresentou o livro “”Do tempo, tão pouco”), Alberto Souto não quis aproveitar a deixa para dar azo a uma ‘vaga de fundo’. “Esse assunto não era hoje para aqui chamado”, afirmou no final, considerando que “90% das propostas” que apresentou para o concelho, em várias áreas, “podem ser sufragadas por qualquer partido”, porque são, explicou, “propostas de cidadania e cidadão”.
Ainda assim, o antigo edil continua a não se excluir de todo e até admite que vai pensando no assunto: “Estou em período de reflexão, só não excluo completamente porque tenho algumas responsabilidades”, afirmou, adiantando que terá de “ponderar todos os fatores e variáveis”, incluindo um convite do PS (ver declarações abaixo).
Alberto Souto Miranda insistiu que “há muitos ses” , mas disse que ficou sensibilizado com a audiência com que contou este domingo, interessada em “olhar para a cidade”, um debate que, na sua opinião, a atual Câmara tem afastado das pessoas (ver declarações abaixo).
“Remediar” o Rossio e a Avenida, manter a Homem Cristo como escola, um ‘rianário’, habitação na cadeia e quartel da GNR, bem como retomar avenidas de Santa Joana e São Bernardo surgem entre as propostas inéditas ou já faladas que figuram no índice do “Um futuro para Aveiro”. Algumas passíveis de executar a qualquer momento, enquanto outras precisariam de condições que o autor admite possam nunca virem a ser garantidas.
O livro tem propostas para “remediar” obras emblemáticas da maioria liderada por Ribau Esteves. No Rossio, por sua vontade, as ruínas desenterradas de uma antiga capela não têm razão de continuarem à vista, defendendo muitas mais árvores, bem como replantar palmeiras, que fizeram parte da paisagem do jardim durante muitos anos. Na Avenida Lourenço Peixinho, apesar da profunda obra executada, preconiza “uma revolução total”, que permita desviar grande parte do trânsito, eliminar estacionamento da superfície e retomar o perfil de alameda. Alberto Souto de Miranda também deu ‘nota negativa’ ao monumento evocativo da muralha, mas não adianta qualquer ideia, porque na altura em que escreveu o livro o resultado da obra não estava à vista.
O antigo autarca deseja que a secundária Homem Cristo, para onde a Câmara quer transferir serviços municipais, será reconvertida, mas mantendo funções de ensino, por exemplo como escola de artes. Para valorizar a ligação à ria, propõe um ‘rianário’, uma mostra da flora e fauna, bem como um ‘jardim da água’. Alberto Souto de Miranda gostaria de ver o património edificado da cidade mais valorizado, especialmente o museu de Arte Nova, “onde não está lá nada” numa altura em que a cidade assume a presidência da rede das cidades europeias Arte Nova.
Novas vias de acesso são necessárias, como uma ligação da rua da Pega ao do Parque da Ciência e Inovação para ter acesso a Aveiro, “que já devia estar feito”. Propõe uma via panorâmica lagunar norte (Mataduços, Paço, Vilarinho), para enquadrar um arranjo urbanístico. Para mobilidade suave, sugere uma via ciclável até ao estádio seguindo a linha do Vouga. Faltam as avenidas de Santa Joana e São Bernardo para melhorar o acesso à cidade. Na habitação, sugere a reconversão do estabelecimento prisional para residências universitárias, bem como quartel da GNR de Sá num novo bairro. O ex-presidente terminou com ideias para “reforçar a democracia local”, para além de conselho consultivos, tirando partido da participação cívica.
Consultar índice do livro “Um futuro para Aveiro – 101 propostas”
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