“Esticar a cidade” para acomodar crescimento turístico

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Debate na Universidade de Aveiro.

O presidente da Câmara de Aveiro assegurou hoje na Universidade de Aveiro (UA) que existe “uma estratégia” para dispersar do centro da cidade a ‘carga turística’, que tem tendência para se concentrar na zona antiga, junto ao canal central, o que poderá ser conseguido com vários investimentos urbanísticos em curso.

“A cidade tem de ser maior que o Rossio ou o ponto de observação da estátua do José Estêvão, à frente dos Paços de Concelho. Nós temos que a usar na sua plenitude”, disse Ribau Esteves.

O edil, que participou num workshop sobre o tema “Há excesso de turismo em Aveiro?” enunciou projetos ‘montados’ com fundos europeus no âmbito do PEDUCA “para esticar a cidade”, em especial na frente Ria, como a requalificação da Rua da Pega, junto ao campus universitário, “com novos polos de atratividade” e, assim, “jogar” nos turistas “motivos de interesse” nas visitas.

A cidade já “não é o aveirinho do centro”, enfatizou, lembrando, ainda, a aposta na dinamização do Museu de Santa Joana ou a utilização do cais da Fonte Nova para o Festival dos Canais. O que será acompanhado por novos investimentos privados, em especial de hotelaria. “Devemos deixar de apostar porque há medo de uma crise ? Não”, disse.

Alertas de especialistas

Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro Portugal, contrariou os receios dos fluxos turísticos e dos seus “incómodos”, acreditando que Aveiro “tem possibilidade de continuar a crescer”, o que se começou a verificar desde 2012-13. “Não há turistas a mais, nem no Porto. O que está em causa é o modelo de governação, não entendido como liderança municipal ou política, mas do que as cidades recebem comparativamente com o que recebiam há 40 anos, do epicentro concentrado em lugares centrais”, disse.

Pedro Silva, planeador urbano, antigo vereador da Câmara de Aveiro e antigo presidente da Região de Turismo Rota da Luz, considerou “relevante” estabelecer “novas centralidades urbanas e dar-lhes apetências turísticas”, com “reorientação da mobilidade”, fazendo acompanhar “a reposição” com “atenção e monitorização para não deitar tudo a perder”.

(em atualização)

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