O Tribunal de Aveiro condenou, esta segunda-feira, a sete anos de prisão, em cúmulo jurídico, o ex-bancário de uma agência do Banif em Estarreja que foi julgado pelo alegado desvio de quase 600 mil euros de clientes, entre os quais emigrantes, amigos e até familiares. Alguns dos titulares de contas eram menores.
O arguido terá, também, de pagar indemnizações a clientes no valor de 790 euros e ainda de 60.684 euros ao banco Santander.
O antigo gestor de conta respondeu por crimes de furto qualificado (1), falsificação de documento (1), falsidade informática agravado (1), acesso ilegítimo (1), abuso de confiança qualificado (2) e, ainda, de branqueamento de capitais (1).
Por razões jurídicas, o tribunal absolveu o arguido dos crimes de furto qualificado e de acesso ilegítimo.
Familiares sem direito a serem ressarcidos por motivos jurídicos
O acórdão condenatório dá como provado grande parte da acusação, quantificando em cerca de 574 mil euros o total do dinheiro integrado pelo ex-bancário no seu património pessoal. O banco indemnizou quase todos lesados, num valor de 462 mil euros. Os restantes (familiares da esposa) ficaram sem o dinheiro que tinham depositado por motivos jurídicos.
Assumiu desvios, mas para ajudar clientes
O arguido assumiu grande parte dos factos durante o julgamento, mas ressalvando que “ajudava” os clientes “com consentimento e conhecimento” destes para facilitar acesso a empréstimos e evitar comissões bancárias. Tese que o coletivo de juízes não aceitou.
Metade do dinheiro subtraído em destino desconhecido
Cerca de metade do dinheiro alegadamente desviado, com recurso a cartões de débito dos clientes, continua sem destino conhecido, uma vez que ex-bancário diz que fez empréstimos à margem do banco no valor de 200 mil euros a um indivíduo com paradeiro incerto.
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