A Câmara de Estarreja aprovou, por maioria, um protocolo de colaboração a assinar com a empresa inglesa Ineos Automotive, que se propõe construir uma fábrica de jipes no Eco Parque Empresarial.
O município tem acompanhado nos últimos meses “em estreita articulação” com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) o projeto de uma unidade de produção de automóveis ligeiros a desenvolver pelo grupo, que confirmou em setembro passado a decisão de investir em Estarreja.
A Ineos deseja produzir em Portugal a carroçaria e chassis do veículo ‘todo o terreno’ Grenadier, o que deverá gerar “um aumento significativo de empregos, quer na fase de construção, quer na fase de exploração, na ordem dos 251 milhões de euros”, lembra a autarquia liderada por Diamantino Sabina (PSD).
“Um projeto cuja relevância reside no reforço do cluster automóvel nacional, estando o interesse público amplamente salvaguardado”, sustenta ainda o município.
Para a concretização de todas as fases de execução do projeto, tornou-se necessário estabelecer um protocolo de colaboração entre as partes, nomeadamente para preparar a disponibilização dos terrenos nos polos D e E do Eco Parque Empresarial (210.340 metros quadrados de área de implementação), assinatura do contrato de planeamento para alteração do plano de pormenor e concretização das obras de urbanização.
Os eleitos do PS votaram contra o protocolo, embora estejam a favor do investimento, por falta de informação técnica e financeira.
“Não estamos contra o projeto, que é de extrema importância para Estarreja, mas não nos sentimos confortáveis a votar favoravelmente por a proposta não estar suportada em nenhuma informação técnica, quer dos serviços financeiros, quer do urbanismo”, refere a declaração de voto.
Terrenos da antiga CUF em vista para a nova fábrica
O município assume o compromisso de adquirir parcelas adicionais que pertencem atualmente a terceiros e de as alienar ou transferir a título oneroso com as parcelas de que é atualmente proprietário ao promotor. Existem parcelas da Bondalti (ex-CUF) que estão a ser negociadas com esse fim.
É necessário também desviar a vala da Breja e construir uma bacia de retenção de águas superficiais a sul do polo D, que a Ineos irá custear.
O grupo inglês quer candidatar a fábrica para ser reconhecida como projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN).
O Ineos aponta para Abril de 2020 o inicio dos trabalhos de construção do complexo, que, se correr como previsto, deverá entrar em laboração dois anos depois.
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