“Estamos muito mais chateados que alguns adeptos” – Ricardo Sousa (treinador do Beira-Mar)

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Estádio Municipal de Aveiro (arquivo).
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O treinador do Beira-Mar fez questão de antecipar-se no comentário às incidências da partida com o Benfica de Castelo Branco, marcada pela primeira derrota em casa (1-2), confidenciando a mensagem deixada na ‘roda’ com os jogadores nos balneários, para afastar o desânimo após o quarto jogo sem vencer.

“Pedras no nosso caminho vão existir muitas. E nós não esperávamos facilidade alguma no início da época. São estas pedras que nos vão conseguir fazer a nossa casa. Disse aos jogadores que enquanto for líder deles ninguém baixa a cabeça, deixa de trabalhar ou de acreditar que o objetivo é possível”, relatou.

Ricardo Sousa não escondeu o mau desempenho até ao intervalo, embora mantendo confiança nas capacidades e empenho do grupo: “Sabemos o quão é árdua é a semana de trabalho para chegar ao domingo e fazer bons jogos e conseguir vencer. Infelizmente hoje não foi possível, porque fizemos uma primeira parte horrível, não conseguimos correr atrás do prejuízo. Mas disse aos jogadores que têm de levantar a cabeça por aquilo que deram e pelo que ainda vão dar ao clube. Vamos continuar ao ataque, independentemente de estar mais difícil o segundo lugar, a primeira volta acabou agora, há muito jogo por jogar. E vou querer lá ir com os jogadores que tenho à disposição, porque acredito neles.

O que o técnico aveirense não gostou foi de ver adeptos a expressarem descontentamento numa fase com muito tempo por jogar. “O grupo é uma família e nos momentos maus a família dá as mãos para dar um passo em frente. Senti-me triste por haver adeptos aos 20 minutos a assobiar, é normal assobiarem mas não precisamos dos adeptos só nas altura boas, precisamos nas alturas más e estão-nos a faltar nas alturas más. Sabemos que tivemos um dia um mau, não esperávamos perder. Estamos muito mais chateados que alguns adeptos. Temos de trabalhar ainda mais para atingirmos os nossos objetivos”, afirmou.

Com a primeira volta terminada, o balanço que o treinador faz continua a ser positivo, encarando com naturalidade terem sido traçadas pela equipa técnicas novas metas para a época em curso. “Hoje perdemos pontos para adversários diretos. Mas à exceção de um ou outro jogo mau, não posso estar insatisfeito depois de construimos um grupo para dar estabilidade que o clube necessitaria e para o ano atacar uma possível ida ao play off. Com as exibições que tivemos, acreditamos que é possível ultrapassar dois degraus de uma vez. Se estamos neste lugar deve-se ao que fizemos e não entendemos algumas pessoas gostam de vir ao estádio única e exclusivamente para meter os jogadores e o Beira-Mar abaixo. Os verdadeiros adeptos não deixam o Beira-Mar”, lembrou.

“Na segunda volta temos um objetivo difícil, mas é assim que conseguimos crescer. Seria muito fácil não assumir, fazíamos uma época tranquila, se conseguimos chegar ao segundo lugar éramos heróis. Se lá chegarmos será mérito de todos”, acrescentou Ricardo Sousa.

Discurso direto

“Acabámos por fazer uma segunda parte de grande nível, com o adversário reduzido à sua área. Foram duas vezes à nossa baliza, uma acabaram por fazer golo. Mas temos de entender que os jogos têm 90 minutos. Tem intensidade e pulmão para jogar dois jogos seguidos. O Artur e o Cícero entraram bem. A estratégia inicial não resultou porque faltou clarividência, muitos jogadores a esconderem-se atrás das linhas de passe, com receio. Disse ao intervalo que temos quatro, cinco jogadores com qualidade para outros patamares acima, não é por terem 200 pessoas no estádio que dizem mal do clube e dos jogadores que se têm que esconder. Deveriam mostrar-se mais, assumirem-se, precisamos deles agora, porque são as dificuldades que nos fazem crescer.”

“O ganho de bola foi o momento chave” – Pedro Barroso, treinador do Benfica de Castelo Branco

Fomos pragmáticos, se fossemos eficazes ao intervalo estava 0-2. Depois fazemos o segundo golo e por duas vezes tivemos possibilidade de fazer o 0-3. O resultado não espelha o que foi o jogo, adotámos uma estratégia para contrariar os pontos fortes do Beira-Mar, uma grande equipa, com uma ideia de jogo fantástico. Sabíamos disso, teríamos de jogar com as nossas armas e resultou. A equipa está a crescer imenso, são os nossos reforços, dentro do nosso plantel todos dão respostas.
O ganho de bola foi o momento chave, na transição ofensiva. Aproveitámos isso da melhor maneira.
Nunca ninguém tinha vencido aqui este ano, vi nas redes sociais que por norma costumam vencer no dia de S. Gonçalinho, que respeitámos, contrariamos isso e quebrar recordes que não é para todos.

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