O Centro Social e Paroquial da Vera-Cruz (Csp Vera Cruz), em Aveiro, está de parabéns. Ou melhor, talvez a Comunidade esteja de parabéns por ter desejado esta Instituição como resposta a preocupações e necessidades da vida das famílias.
Padre João Alves *
O Padre Manuel Fernandes, encorajado pelo apoio do Padre Paulino e de muitos cristãos da Comunidade, sentiram que era necessária uma resposta institucional que acolhesse crianças para que os seus pais pudessem procurar oportunidades de emprego e de melhores condições de vida. Foi um caminho que levou aos seus inícios em 1971, em espaços rudimentares, mas com os esforço de muita gente.
Quando assumo a Presidência desta Instituição paroquial deparo-me com uma Casa cheia de história, que não ficou refém dos apoios do Estado em respostas convencionais, mas que quis trilhar caminhos audazes e inovadores na área social.
São exemplo disso o acolhimento de vítimas de violência doméstica, o acompanhamento das famílias no aconselhamento parental, o trabalho com migrantes e refugiados, o gabinete de inserção profissional, o acompanhamento de adolescentes e jovens na prevenção de comportamentos de risco, as respostas de intervenção e acompanhamento social.
São também imensos os colaboradores que na diversidade dos serviços gerais e nas respostas educacionais vestem a camisola e ajudam esta Casa a crescer competentemente no apoio às famílias e em qualidade. Existe uma preocupação pelo equilíbrio e sustentabilidade financeira que esta situação de pandemia vem obrigar a usar a calculadora como instrumento mais próximo de trabalho.
Na Direção que herdei e nas funções de direção geral e coordenações técnicas encontro uma entrega abnegada que manifesta o carinho e a confiança no trabalho que se desenvolve em favor da Comunidade. No fundo, esta é a verdadeira missão: somos depositários do princípio fundacional que é o Bem-Comum e o serviço à Comunidade da Vera-Cruz e desta Cidade de Aveiro.
Passados 50 anos, diante dos desafios que hoje vivemos nas nossas famílias e que as Instituições sociais não estão alheias,sinto que este é o caminho que precisamos continuar a fazer: uma Instituição que continue atenta às necessidades e urgências do tempo presente, assumir a sua missão com sustentabilidade mas também com o risco da diferença evangélica, procurando na Comunidade paroquial da Vera-Cruz o seu berço e na Comunidade alargada que serve os destinatários e colaboradores da sua missão.
Uma Comunidade que quer continuar a fazer deste espaço também a sua Casa Comum.
* Presidente da direção do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz.
